Entre as criaturas mais fascinantes do reino animal, o pássaro-lira (ou lyrebird, em inglês) se destaca por uma habilidade vocal que beira o inacreditável. Originário da Austrália, este pássaro é capaz de imitar com perfeição sons que vão muito além do canto de outras aves. Ele reproduz o choro de crianças, alarmes de carro, câmeras fotográficas e até motosserras. Seu repertório é tão surpreendente que já foi destaque em documentários da BBC e em estudos científicos sobre comportamento animal e cognição.
Conheça agora 6 curiosidades impressionantes sobre o pássaro-lira, incluindo sua origem, habitat, estratégias de vocalização e o que faz dele uma das aves mais extraordinárias do mundo.
O pássaro-lira é nativo da Austrália e habita principalmente as florestas úmidas do sudeste do país, incluindo regiões da Tasmânia. Duas espécies são conhecidas: o pássaro-lira soberbo (Menura novaehollandiae), mais comum, e o pássaro-lira de Albert (Menura alberti), mais raro e encontrado apenas em áreas restritas de Queensland.
Essas aves preferem ambientes com vegetação densa e solos cobertos de folhas, onde encontram proteção e alimento, como insetos, minhocas e pequenos artrópodes. Vivem no solo e têm comportamento reservado, o que contrasta com sua impressionante presença vocal.
O nome “pássaro-lira” vem do formato espetacular da cauda do macho, que lembra a antiga lira, instrumento musical de cordas. Durante a temporada de acasalamento, os machos exibem suas penas em um leque elegante enquanto vocalizam de forma intensa para atrair fêmeas.
A cauda, com até 70 cm de comprimento, não é apenas um ornamento visual. Ela também vibra durante as exibições sonoras, reforçando o espetáculo audiovisual com movimento sincronizado e som.
O que realmente torna o pássaro-lira único é sua capacidade de imitar sons com incrível fidelidade. Ele consegue reproduzir:
Canto de outras aves (como o de kookaburras, corvos e papagaios)
Alarmes de carro
Sirenes de ambulância
Cliques de câmeras
Cortadores de grama
Motosserras
Passos humanos e, em casos documentados, até o choro de bebês humanos
Essas imitações não são aprendidas por instinto, mas sim pela observação e audição ao longo da vida. O pássaro-lira escuta sons do ambiente e os incorpora ao seu repertório para impressionar fêmeas e demarcar território.
O segredo da habilidade vocal do pássaro-lira está em seu siringe — órgão vocal das aves — extremamente desenvolvido e complexo. Ele permite controlar com precisão extrema o fluxo de ar e as vibrações das membranas internas, o que possibilita a emissão de sons com timbres e ritmos diversos.
Além disso, ele possui uma memória auditiva apurada e uma capacidade cognitiva elevada para reconhecer e reproduzir sons com detalhes realistas. O resultado são imitações que confundem até seres humanos.
O canto de um pássaro-lira pode durar até 1 hora, com centenas de variações e repetições. É comum que ele combine sons próprios com imitações, criando composições que funcionam como apresentações artísticas no mundo animal.
Durante a estação reprodutiva, os machos sobem em troncos ou clareiras abertas e se apresentam como se estivessem em um palco. Além da voz, usam movimentos corporais e vibrações da cauda para dar mais intensidade à performance.
O pássaro-lira já apareceu em diversas produções audiovisuais e é objeto frequente de estudos científicos. Uma das apresentações mais famosas foi registrada por David Attenborough em um documentário da BBC, no qual a ave imitava com perfeição sons mecânicos, incluindo uma câmera com motor de avanço de filme.
Cientistas continuam investigando como o pássaro-lira processa os sons e como a seleção sexual influenciou o desenvolvimento dessa habilidade tão específica. É um exemplo claro de como a evolução pode criar talentos surpreendentes no reino animal.
Ter um pássaro-lira nas florestas australianas é como ter um artista performático ao ar livre. Suas habilidades desafiam o que conhecemos sobre comportamento animal e comunicação entre espécies. Mais do que uma curiosidade, ele é símbolo da riqueza natural e sonora do continente australiano.
Preservar seus habitats e compreender sua complexidade são passos essenciais para garantir que essa voz única da natureza continue ecoando por muitos séculos.
Leia também – A estratégia da jaguatirica para caçar no escuro é digna de filme
Leia também – 8 curiosidades sobre o tamanduá-bandeira que você não sabia
Imagine um tesouro escondido nas profundezas do oceano, a mais de 1.900 metros abaixo da…
Como envolver a sociedade na construção de um futuro mais sustentável? A 5ª Conferência Nacional…
Imagine uma técnica agrícola que quintuplica a produtividade da mandioca, aumenta em 50% a produção…
Quando o veado-catingueiro aparece em um sítio, não se trata apenas de um flagrante inusitado…
Em áreas rurais ou até mesmo em chácaras e sítios próximos a reservas naturais, a…
Como conciliar desenvolvimento econômico, preservação ambiental e qualidade de vida na Amazônia? A resposta pode…
This website uses cookies.