Petrobras em busca de apoio para exploração petrolífera na margem equatorial

Autor: Redação Revista Amazônia

 

A Petrobras tem realizado eventos para promover a exploração de petróleo e gás na margem equatorial brasileira, uma região que se estende da costa do Rio Grande do Norte até o Amapá, abrangendo as bacias do rio Amazonas. Esta região é vista como um potencial “novo pré-sal”.

No entanto, a exploração enfrenta resistência de grupos ambientais, midiáticos e internacionais que questionam a expansão da exploração de hidrocarbonetos, apontados como principais causadores do aquecimento global.

Para enfrentar essa oposição, a Petrobras tem realizado encontros com governadores do Norte e Nordeste, representantes do Legislativo, Executivo, imprensa e sociedade civil.

Jonilton Pessoa, gerente executivo de exploração da Petrobras, argumentou que ainda não é possível abandonar a produção de petróleo e que o objetivo deve ser diversificar as fontes de energia renováveis. Ele ressaltou que o petróleo financiará a transição para fontes de energia menos poluentes.

Ele também alertou que, se o Brasil não descobrir novos campos, terá que aumentar a importação de petróleo a partir de 2028. “O pré-sal é uma grande descoberta, mas é finito. Se não fizermos essa descoberta agora, em sete ou dez anos poderemos ter que importar hidrocarbonetos”, afirmou.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) defendeu os possíveis benefícios para o setor que a exploração da margem equatorial pode trazer. Márcio Guerra, superintendente do Observatório Nacional da Indústria da CNI, considerou o debate uma batalha de comunicação.

Por outro lado, a WWF Brasil, uma ONG focada na preservação ambiental, critica a expansão da exploração de petróleo na margem equatorial. Ricardo Fujii, especialista em conservação do grupo, defende que o Brasil tem reservas suficientes de petróleo e que há recursos para a transição energética sem a necessidade de mais poços de óleo e gás.

A questão ambiental também é uma preocupação, especialmente os riscos de um derramamento de óleo na costa do Norte e Nordeste. A Petrobras teve um pedido para pesquisar próximo à costa do Amapá rejeitado pelo Ibama, que solicitou mais dados sobre os possíveis impactos ambientais de um desastre naquela região.

A Petrobras recorreu ao órgão ambiental com mais informações e atualmente está explorando um poço no Rio Grande do Norte, aguardando mais autorizações para realizar estudos em outros blocos.

Daniele Lomba, gerente de licenciamento e meio ambiente da Petrobras, defendeu que a empresa tem condições de proteger a fauna e a flora da região e que é necessário investir em comunicação para debater com a sociedade.

Jonilton Pessoa, gerente de exploração da Petrobras, reforçou que a empresa opera com a máxima segurança. “Somos referência mundial em águas profundas e ultra profundas. Operamos com foco intensivo na segurança, já perfuramos mais de 3 mil poços em águas profundas, sem acidentes com pessoas ou danos ao meio ambiente.”


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