A COP28, a mais recente conferência sobre mudanças climáticas, foi um marco importante na luta global contra a crise climática. O secretário-geral da ONU, António Guterres, destacou a urgência da situação, afirmando que o mundo está “a minutos da meia-noite para o limite de 1,5ºC” e pediu ações drásticas para combater a crise.
Avanços na COP28
No primeiro dia da conferência, houve um avanço significativo com o acordo sobre a operacionalização de um fundo para perdas e danos. Este fundo tem como objetivo ajudar os países mais vulneráveis do mundo a pagar pelos impactos de desastres climáticos.
Guterres também destacou a iniciativa “Global Stocktake”, na qual os países avaliarão pela primeira vez o progresso na redução do aquecimento global. Este avanço pode colocar o mundo no caminho para alcançar as metas de temperatura, financiamento e adaptação.
Três frentes de trabalho
Guterres ressaltou três frentes de trabalho para mitigar a crise climática. Primeiro, é necessário um corte drástico nas emissões de gases de efeito estufa, já que as políticas atuais apontam para um aumento de temperatura de 3ºC.
Em segundo lugar, ele recomendou a aceleração da transição “justa e equitativa” para energias renováveis, afirmando que “um planeta em chamas não pode ser salvo com um jorro de combustíveis fósseis”.
Por fim, ele apontou que será necessário cumprir com as metas de justiça climática em um mundo “desigual e dividido”, pedindo o aumento no financiamento, incluindo para adaptação e perdas e danos.
O papel dos países desenvolvidos
Guterres reforçou que os países desenvolvidos devem dobrar o financiamento para adaptação para US$ 40 bilhões por ano até 2025 e fornecer detalhes sobre como planejam cumprir.
A visão do Brasil
O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, também discursou na abertura da COP28. Ele ressaltou como o país tem sofrido com eventos climáticos e apontou que, enquanto há pouco financiamento para a agenda do clima, muito é investido em armamento. Segundo Lula, no ano passado, “o mundo gastou mais de US$ 2,2 trilhões em armas”. Em sua opinião, essa quantia poderia ser investida no combate à fome e no enfrentamento da mudança climática.
A COP28 foi um passo importante na luta global contra a crise climática. No entanto, ainda há muito trabalho a ser feito. É necessário um esforço global para reduzir as emissões, acelerar a transição para energias renováveis e aumentar o financiamento para adaptação e perdas e danos. Apenas através desses esforços poderemos esperar combater efetivamente a crise climática e proteger nosso planeta para as gerações futuras.