A Indústria Fóssil e as Negociações Climáticas Serão Pautas da COP29

Autor: Redação Revista Amazônia

O Azerbaijão, país anfitrião da próxima Conferência das Partes (COP29) em novembro de 2024, indicou Mukhtar Babayev, um ex-executivo da indústria de combustíveis fósseis, para presidir o encontro. Esta decisão marca o segundo ano consecutivo em que as negociações climáticas da ONU serão lideradas por um ex-executivo do setor de combustíveis fósseis, o que tem gerado críticas de ativistas e observadores.

O Azerbaijão e a Indústria Fóssil

A economia do Azerbaijão é altamente dependente dos combustíveis fósseis, que representaram mais de 92% de suas receitas de exportação no ano passado. Este dado sugere que a indústria fóssil pode ter um papel significativo nas conversas da ONU sobre o clima, inclusive como parte da delegação do país anfitrião da COP29.

O Perfil de Mukhtar Babayev

Babayev, que sucederá Sultan Al-Jaber, executivo petroleiro dos Emirados Árabes que presidiu a COP28 de Dubai no ano passado, tem uma “ficha corrida” ligeiramente mais “verde” que a de Al-Jaber. Babayev foi vice-presidente para ecologia da Socar, onde supervisionou os esforços de descontaminação do solo em antigas áreas de exploração. Desde 2018, ele é ministro da ecologia do Azerbaijão, após ter sido deputado por sete anos.

A Delegação do Azerbaijão na COP29

Além de Babayev, o governo azeri confirmou também o diplomata Yalchin Rafiyev como negociador-chefe para a COP29. No entanto, o comitê organizador da Conferência de Baku chamou a atenção por um aspecto curioso: dos 28 nomes indicados, todos são homens. Nenhuma mulher faz parte do grupo, pelo menos por enquanto.

Transição Geracional nas Equipes Negociadoras

A COP29 também marcará uma transição geracional no comando das equipes negociadoras de Estados Unidos e China para o clima. Os enviados especiais dos dois países, John Kerry e Xie Zhenhua, respectivamente, estão saindo de cena depois de mais de uma década de atuação. O principal desafio dos sucessores de Kerry e Xie será manter um diálogo próximo mesmo sob um contexto de enfrentamento geopolítico entre os dois países.

A escolha de Babayev para o comando da COP29 teve grande repercussão, com destaques na AFP, BBC, Bloomberg, Climate Home, Folha e Reuters. As mudanças nas equipes negociadoras também foram abordadas pela BBC, Folha, NY Times e Washington Post. Estes eventos destacam a complexidade e a importância das negociações climáticas, bem como o papel crucial que os líderes e as delegações desempenham nessas discussões. A COP29 será, sem dúvida, um evento a ser observado de perto.


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