O preço do ouro bateu um novo recorde em 22 de abril/2025, sendo cotado a US$ 3.238 a onça troy (31,1 g), mesmo depois de ter subido quase 40% no corrente ano e 80% desde o fim de 2022. E ainda parece longe do pico previsto por alguns analistas de mercado. Para o www.investing.com, os futuros do ouro subiram durante a sessão dos Estados Unidos no dia 14.05.25.
Comex
Na divisão Comex da Bolsa Mercantil de Nova York, os futuros do ouro para o mês de junho foram negociados na entrega a US$ 3.431,59 por onça troy no momento da escrita, subindo 3,10%. O Índice Dólar Futuros, que acompanha o desempenho do dólar norte-americano em comparação com a cesta das seis principais moedas, registrou perdas de 1,03% para negociação a US$ 98,11.
Em outra parte da Comex, a prata para entrega em maio/25 registrou ganhos 0,59% para negociação a US$ 32,66 por onça troy, enquanto o cobre, também para entrega em maio/25 registrou ganhos 0,28% para negociação a US$ 4,73 por libra-peso e representando em torno US$ 9.400 a tonelada.
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Recorde histórico
No site www.investing.com as ações de grandes empresas de mineração do ouro, incluindo
Newmont, Barrick Gold, Agnico Eagle Mines, Kinross Gold, AngloGold Ashanti, subiram 3%,
após uma alta nos preços do ouro, alcançando recorde histórico, impulsionada por uma
combinação de fraqueza do dólar americano, críticas ao Federal Reserve (Fed – Banco Central Americano) por parte da Casa Branca e preocupações contínuas com a guerra comercial.
A alta do ouro, que viu o bullion ultrapassar US$ 3.400 por onça, ocorreu em meio a queda da moeda americana para seu ponto mais baixo, desde o final de 2023. O movimento do mercado foi ainda mais influenciado pela consideração do presidente Donald Trump de demitir o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, e por sua defesa de taxas de juros mais baixas. Esses desenvolvimentos levantaram preocupações sobre a independência do Fed e a potencial politização da política monetária dos Estados Unidos.
O metal precioso experimentou uma tendência de alta significativa este ano, já que o conflito comercial entre os Estados Unidos e a China levou à incerteza do mercado e a uma mudança para investimentos mais seguros. A apetite por ativos de risco enfraqueceu, enquanto a demanda por refúgios cresceu, como evidenciado por um aumento de 12 semanas nas participações de fundos negociados em bolsa lastreados em ouro – a maior sequência desde 2022. Além disso, os Bancos Centrais têm acumulado ouro em suas reservas, contribuindo para uma forte demanda global.
Em meio a essas condições de mercado, os bancos revisaram suas perspectivas sobre o ouro, com alguns, como Goldman Sachs Group Inc. prevendo que o metal poderia atingir US$ 4.000 até meados do próximo ano. Com tudo isso, a consultoria Cantor Fitzgerald elevou o preço-alvo do ouro para US$ 3.600/onça troy em meio à alta do mercado em 21.04.25, fazendo com que ela própria atualizasse suas projeções para o preço do ouro, elevando, significativamente, as estimativas de curto e longo prazos.
As empresas que operam o metal amarelo já esperam que seus preços no curto prazo atinjam US$ 3.600 por onça, acima da estimativa anterior de US$ 2.400. Além disso, o preço-alvo de longo prazo foi elevado para US$ 3.700 por onça troy, ante US$ 2.200 há um ano. As estimativas para a prata também foram aumentadas para US$ 36 por onça troy no curto prazo e US$ 33 no longo prazo, em comparação com as estimativas anteriores de US$ 29 e US$ 25, respectivamente.
Melhor início de ano desde 1986
A revisão nas estimativas de preços do ouro e da prata pela Cantor Fitzgerald levou a flutuações positivas nos preços-alvo das ações relacionadas. Analistas da empresa observam que o ouro experimentou uma alta notável, subindo cerca de 30% no acumulado do ano, marcando o melhor início de ano desde 1986.
De acordo com dados do InvestingPro, o SPDR Gold Trust (GLD) ganhou 26,43% no acumulado do ano e está sendo negociado próximo à sua máxima de 52 semanas, a US$ 315,71. Com isso a capitalização total do mercado do ouro poderia alcançar, aproximadamente, US$ 22,9 trilhões. Válido é ressaltar que a recente alta nos preços é considerada atípica, embora não sem precedentes.
O relatório da Cantor aponta para vários fatores que devem continuar sustentando os preços do ouro. Um dos principais impulsionadores é a potencial mudança de grandes fluxos de capital dos títulos do Tesouro americano e do dólar para o ouro físico, devido às tarifas dos Estados Unidos sobre nações aliadas e adversárias.
Evidências sugerem que essa rotação já começou e provavelmente se acelerará. Além disso, as previsões são que o impacto líquido das tarifas e retaliações reacenderão a inflação globalmente, levando ao aumento do desemprego no curto prazo, enfraquecendo a confiança empresarial no que é descrito como um cenário de estagflação. Historicamente, tais condições têm sido extremamente positivas para os preços do ouro. Dados do InvestingPro mostram que o beta do GLD é de 0,17, indicando volatilidade, significativamente, menor em comparação com o mercado mais amplo, tornando-o uma proteção atraente em tempos incertos.
Bancos Centrais
As empresas também destacam o papel das compras dos Bancos Centrais, que impulsionaram, principalmente, uma alta de 27% nos preços do ouro no ano passado, superando os 24% do S&P 500. Após quatro anos de saídas, os ETFs do ouro físico relataram entradas líquidas consolidadas de US$ 21,1 bilhões (7,3 milhões de onças do ouro) no acumulado do ano, indicando que tanto investidores de varejo, quanto institucionais se tornaram compradores líquidos. Os analistas da Cantor Fitzgerald permanecem otimistas quanto à direção dos preços do ouro e acreditam que os
fatores que apoiam o metal precioso estão prontos para se fortalecer ainda mais.
Em outras notícias recentes, os estoques de ouro nos armazéns da Comex e parte do Grupo CME atingiram um recorde de 43,3 milhões de onças troy, avaliadas em US$ 135 bilhões. Esse aumento é atribuído a possíveis tarifas de importação dos Estados Unidos, que podem limitar os embarques do ouro de outros países.
Enquanto isso, o Grupo deVere previu que os preços do ouro poderiam atingir US$ 3.300 por onça até o segundo trimestre de 2025, fato já alcançado em 22.04.25, tudo impulsionado por incertezas geopolíticas e preocupações inflacionárias. Além disso, Jeffrey Gundlach, da DoubleLine Capital, previu que os preços do ouro podem subir para US$ 4.000 por onça troy, destacando o atual mercado em alta para o metal.
Para o World Gold Council os fundos negociados em bolsa (ETFs) do ouro também registraram seu maior fluxo de entrada semanal desde março de 2022, com 52,4 toneladas métricas no valor de US$ 5 bilhões adicionadas. Esse aumento nos investimentos coincide com o ouro atingindo o preço recorde atual por onça troy. Os fundos listados, principalmente, nos Estados Unidos lideraram esse fluxo de entrada, marcando uma mudança, significativa, em relação ao início do ano, quando esses fundos experimentaram saídas.
À medida que os bancos centrais em todo o mundo aceleram suas compras de ouro, o Banco Popular da China aumentou suas reservas pelo quarto mês consecutivo, refletindo mudança nas estratégias de reservas internacionais. Esses desenvolvimentos sublinham o crescente interesse no ouro como proteção contra incertezas econômicas e geopolíticas.
Autor:
Geólogo Alberto Rogério Benedito da Silva
rogerio@arbsconsultoria.com
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