O Pará está se tornando um exemplo global de inovação sustentável ao transformar resíduos amazônicos, como caroços de açaí e tucumã, em biocombustíveis e asfalto ecológico. A iniciativa, liderada pela Universidade Federal do Pará (UFPA), ganha destaque no cenário internacional e deve ser um dos grandes destaques da COP-30, conferência climática que será realizada em Belém em novembro de 2025.
Tecnologia verde com impacto global
O projeto, chamado Sustenbioenergy/CNPq, está em fase final de desenvolvimento e tem como objetivo converter biomassa residual em produtos como gasolina verde, querosene de aviação e bioasfalto. Essas soluções surgem em um momento em que a demanda por alternativas aos combustíveis fósseis cresce globalmente, impulsionada pela urgência de reduzir as emissões de carbono e combater as mudanças climáticas.
Segundo Nélio Teixeira Machado, pesquisador e professor da UFPA, a tecnologia desenvolvida é uma “petroquímica verde”, pois utiliza apenas resíduos, sem a necessidade de desmatamento ou exploração de novos recursos naturais. Essa abordagem é crucial, já que a indústria petroquímica tradicional é uma das maiores responsáveis pelas emissões de gases de efeito estufa.
Além de reduzir o desperdício, o projeto promove uma economia circular que pode ser replicada em outras regiões do mundo. Estudos indicam que a conversão de biomassa em biocombustíveis pode reduzir as emissões de carbono em até 80% em comparação com os combustíveis fósseis.
Atração de investimentos e benefícios locais
A iniciativa busca atrair investimentos por meio de Parcerias Público-Privadas (PPPs) para implementar o protótipo em comunidades isoladas e na Região Metropolitana de Belém. Além de viável economicamente, o projeto tem potencial para competir no mercado global de energia limpa, gerando novas oportunidades de emprego em áreas como pesquisa, desenvolvimento e produção.
Para as comunidades locais, a tecnologia pode trazer melhorias significativas na qualidade de vida, proporcionando acesso a energia limpa e reduzindo custos com combustíveis tradicionais. A capacitação da população em práticas sustentáveis também pode estimular o surgimento de novos negócios e iniciativas verdes na região.
COP-30 como vitrine internacional
A COP-30 será uma plataforma estratégica para o Pará mostrar ao mundo suas inovações em sustentabilidade. A expectativa é que o evento não apenas promova parcerias internacionais, mas também amplie a adoção de biocombustíveis e materiais ecológicos em escala global.
Com essa iniciativa, o estado se posiciona como um líder na transição energética, utilizando a riqueza da Amazônia de forma inteligente e responsável. A transformação de resíduos em biocombustíveis e asfalto sustentável não só contribui para a preservação ambiental, mas também abre portas para o crescimento econômico e a atração de investimentos.
Biocombustíveis e o futuro da energia
Os biocombustíveis desenvolvidos no Pará têm um papel fundamental na transição energética global. À medida que o mundo busca reduzir a dependência de combustíveis fósseis, a valorização de resíduos agrícolas e florestais como matéria-prima para energia limpa se torna uma solução viável e necessária.
Essa inovação coloca o Pará no mapa da sustentabilidade global, mostrando que é possível aliar desenvolvimento econômico, preservação ambiental e inclusão social. À medida que o mundo avança em direção a um futuro mais verde, iniciativas como essa podem servir de modelo para outras regiões do Brasil e do mundo.
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