A Adecoagro anunciou um investimento de R$ 225,7 milhões para expandir significativamente a produção de biometano na usina Ivinhema, localizada em Mato Grosso do Sul. O projeto, revelado em um evento da empresa nesta quinta-feira (11), tem como objetivo quintuplicar a capacidade de produção de biometano a partir da vinhaça até o final de 2027.
A expansão incluirá a construção de dois novos biodigestores, capazes de produzir até 30 mil Nm³ de biometano diariamente. Isso permitirá substituir aproximadamente 8 milhões de litros de diesel por ano na frota da empresa, além dos 2 milhões de litros já substituídos pelo biodigestor existente, totalizando uma economia de 10 milhões de litros de diesel.
As obras estão previstas para começar no segundo semestre de 2024, em uma área de 20 mil metros quadrados da usina, criando 80 empregos diretos e indiretos durante a construção e mais 40 empregos permanentes após o início das operações.
A jornada da Adecoagro com biogás e biometano começou em 2010, e em 2018, a empresa inaugurou seu primeiro biodigestor. Em 2021, tornou-se a primeira usina do Brasil a emitir Certificados de Gás Natural Renovável (GAS-REC).
Atualmente, cerca de 130 equipamentos da Adecoagro, incluindo veículos leves, caminhões, tratores e motobombas, utilizam biometano. Apenas 5% da vinhaça da empresa é usada para a produção de biogás, mas esse percentual aumentará para 20% após a expansão.
A partir de 2028, a frota movida a biometano deverá mitigar cerca de 38 mil toneladas de CO2 por ano, alinhando-se às metas de redução de emissões do Brasil e aprimorando a sustentabilidade da Adecoagro. A substituição parcial do diesel por biometano permitirá à empresa economizar aproximadamente R$ 50 milhões por ano em custos de combustível fóssil, considerando os preços atuais do diesel.
Renato Junqueira Santos Pereira, Vice-Presidente de Açúcar, Etanol e Energia da Adecoagro no Brasil, destacou os benefícios do projeto: “A expansão da nossa planta de biometano traz inúmeros benefícios e comprova a capacidade da Adecoagro de criar, desenvolver e inovar. Este projeto, com tecnologia própria, resultado de extensiva pesquisa e aprendizado para dominar o processo e garantir a estabilidade da produção, é modular, tecnologicamente avançado e economicamente viável e opera 365 dias do ano. O biogás extraído da vinhaça, é integrado à nossa produção de etanol, açúcar e energia, permite diversas aplicações. A prioridade será abastecer nossa frota de maneira crescente.”
O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), presente na solenidade, ressaltou a importância do investimento para a política de sustentabilidade do estado: “Este empreendimento tem incentivos fiscais do Estado porque acreditamos neste modelo sustentável, onde vamos nos tornar um Estado Carbono Neutro até 2030. Isto vai gerar recursos para investir em quem estiver lá na ponta, para levar bem-estar às pessoas.”
Amaury Pekelman, presidente da Biosul, destacou a relevância do investimento para o setor de bioenergia e para o desenvolvimento do estado: “É uma satisfação participar desse momento, que demonstra a consolidação das atividades de uma das usinas com maior capacidade de produção no Estado, uma das maiores empregadoras e que continua investindo aqui há mais de 15 anos, qualificando pessoas, gerando novas oportunidades de emprego e promovendo o desenvolvimento local com responsabilidade e um olhar inovador. Isso, sem dúvida, é fruto também do bom ambiente institucional que temos aqui.”
A Associação Brasileira de Biogás (Abiogás) aponta que o setor de biogás e biometano no Brasil tem crescido constantemente, mas ainda possui um grande potencial inexplorado. Atualmente, há 40 plantas de biometano no país, número que deve ultrapassar 90 até 2029, impulsionado pelos setores sucroenergético, de proteína animal, produção agrícola e saneamento.