A Agro Amazônia, uma das maiores empresas do varejo agropecuário do Brasil, vai levantar em Patos de Minas (MG) sua primeira indústria de beneficiamento de sementes. Em sua primeira fase, a unidade terá capacidade para beneficiar 500 mil sacas de soja por ano.
Quando alcançar capacidade plena, a empresa terá estrutura para beneficiar até 1 milhão de sacas. A expectativa da companhia, que pertence à japonesa Sumitomo, é que as obras estejam concluídas a tempo de atender a demanda dos clientes da safra 2025/26.
O projeto está orçado em R$ 150 milhões e vem na esteira do sucesso da varejista no mercado de sementes de soja. Apenas entre agosto e setembro do ano passado, a Agro Amazônia faturou R$ 1 bilhão com a venda de sementes de soja.
Na avaliação do CEO da Agro Amazônia, Roberto Motta, um dos motivos para o sucesso no mercado de sementes de soja foi o lançamento de uma nova marca, em sociedade com a argentina GDM Seeds, um dos maiores grupos de genética de soja do mundo.
“Lançamos a nova marca com sete variedades, que tiveram um resultado muito positivo. No total, comercializamos 2,2 milhões de sacas na safra 2023/24, um crescimento, em volume, de 30%, disse Motta, ao IM Business.
Apesar do resultado positivo, o executivo reconhece que o ciclo 2022/23 não foi fácil e que 2023/24 não dá sinais de que será menos difícil. Mesmo com o aumento do volume de vendas de sementes e também do crescimento do volume de químicos (+20%), a receita da Agro Amazônia vai se manter praticamente estável.
Os resultados da companhia acompanham o ano safra. No ciclo 2022/23, o faturamento da Agro Amazônia foi de R$ 5,6 bilhões. Para 2023/24, a expectativa era que a receita crescesse para algo perto de R$ 6 bilhões, porém, ficará em R$ 5,5 bilhões.
“O ano de 2023 foi difícil. Os preços das commodities caíram, dos insumos também, veio a seca e as altas temperaturas. A produção da soja em Mato Grosso deve cair 20% e da segunda safra de milho também”, disse Motta.
Produção menor significa menos dinheiro no caixa do produtor. Nesse cenário, Motta já demonstra preocupação com o aumento da inadimplência do campo, a partir de abril. Segundo o executivo, a atenção se volta, especialmente, para dos produtores com áreas arrendadas.
Mesmo com concorrentes vendo menos oportunidades de M&A no varejo agropecuário em 2024, a Agro Amazônia diz estar com o radar ligado. Segundo Motta, a companhia deve se manter como consolidadora no mercado, também neste ano.
Atentos às oportunidades que surgirão, com a provável retomada dos preços das commodities, o grupo também seguirá investindo. Ainda no primeiro semestre, a Agro Amazônia irá inaugurar em Cuiabá seu primeiro centro de distribuição próprio para produtos químicos e sementes.
Instalado em uma área de 14 mil metros quadrados, a ideia é que a nova estrutura garanta um maior fôlego para atendimento dos clientes. “Cerca de 70% da obra já está concluída”, disse Motta.
O executivo lembra que, até março, a Agro Amazônia chegará a 70 filiais, cinco a mais do que as atuais 65 já existentes em nove Estados. “Estamos mantendo nosso objetivo de inaugurar de oito a 10 lojas por ano. Dois mil e vinte e quatro será um ano de oportunidades”, disse.