Em um momento em que a crise climática exige respostas rápidas e coordenadas, o governador do Amapá, Clécio Luís, levou à 4ª Reunião Ministerial sobre Urbanização e Mudança Climática, realizada durante a COP30, uma proposta que reflete o espírito de cooperação federativa e tecnológica da Amazônia: a criação de um sistema unificado de dados entre governos, capaz de orientar políticas públicas mais eficazes e inclusivas.

O debate, promovido pelo Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat), reuniu representantes de países como Austrália, Itália, Japão e Alemanha, além do ministro das Cidades, Jader Filho. A plenária destacou o papel dos governos subnacionais na ação climática e na construção de cidades mais resilientes.
Um chamado à diplomacia federativa
“A vida acontece nas cidades”, afirmou Clécio Luís ao defender a integração entre União, Estados e Municípios por meio de plataformas tecnológicas compartilhadas. Segundo ele, essa “diplomacia federativa” deve fortalecer a troca de informações e experiências entre diferentes esferas de governo, reduzindo a fragmentação institucional que muitas vezes limita a efetividade das ações climáticas.
Ex-prefeito de Macapá, o governador lembrou que decisões locais podem ter grande impacto global — e que um sistema nacional de dados, interoperável e de acesso comum, seria essencial para transformar informações em ações concretas. “Os indicadores precisam refletir não apenas metas globais, mas as necessidades de cada território”, ressaltou.
A proposta ecoou entre representantes internacionais e reforçou a visão de que a governança do clima precisa ser descentralizada e cooperativa, especialmente em países com dimensões continentais e alta diversidade socioambiental, como o Brasil.
Amazônia urbana no centro do debate
Durante o encontro, Clécio destacou também a Amazônia Urbana como um espaço estratégico para a ação climática e para a construção de modelos de desenvolvimento sustentáveis. Cerca de 70% da população amazônica vive em cidades, e esses territórios têm se tornado laboratórios vivos de inovação socioambiental.
O governador defendeu que os programas de financiamento climático internacional considerem as realidades urbanas da Amazônia, onde as desigualdades sociais e os efeitos das mudanças climáticas se cruzam de forma mais intensa. “A cooperação entre governos e o acesso direto a recursos podem transformar a Amazônia em uma vitrine global de soluções sustentáveis, baseadas no conhecimento tradicional e na ciência”, afirmou.
Essa perspectiva reforça o protagonismo dos governos locais na implementação de políticas climáticas e reconhece que a escala urbana é o elo entre compromissos internacionais e o cotidiano das populações.

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A COP da Amazônia e o papel do Amapá
Realizada pela primeira vez na Amazônia, a COP30, sediada em Belém (PA), reúne até 21 de novembro chefes de Estado, cientistas, empresas e representantes da sociedade civil para debater estratégias de mitigação e adaptação à crise climática. O evento simboliza uma mudança de paradigma: a Amazônia, por muito tempo vista apenas como fronteira de preservação, torna-se agora epicentro do diálogo climático global.
Nesse contexto, o Amapá se apresenta como exemplo concreto de equilíbrio entre conservação e desenvolvimento humano. Com 73,5% do território sob proteção ambiental, incluindo unidades de conservação, terras indígenas e quilombolas, o estado busca demonstrar que a preservação pode ser uma estratégia de futuro econômico e social.
Essa visão é sustentada por um ecossistema institucional robusto, formado por órgãos como a Fundação de Amparo à Pesquisa do Amapá (Fapeap), a Fundação Marabaixo, o Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Amapá (Iepa) e as secretarias estaduais de Ciência e Tecnologia (Setec), Cultura (Secult), Meio Ambiente (Sema), Planejamento (Seplan), Povos Indígenas (Sepi), Juventude (Sejuv) e Educação (Seed), além da Agência de Desenvolvimento Econômico do Amapá e da Secretaria de Relações Internacionais e Comércio Exterior – Amapá Internacional.
Juntas, essas instituições formam uma rede que traduz, em políticas e projetos, a visão defendida por Clécio Luís: integrar conhecimento, dados e cooperação para enfrentar as mudanças climáticas de forma mais eficiente e justa.
O Amapá como símbolo de integração climática
A participação do governador na plenária da ONU reforça a imagem do Amapá como território-laboratório da sustentabilidade amazônica, onde o avanço científico, a inclusão social e o respeito à natureza se entrelaçam.
A proposta de um sistema unificado de dados climáticos transcende o debate técnico: trata-se de um convite à colaboração entre governos, universidades, comunidades e organismos internacionais. É um chamado à construção de uma nova arquitetura de governança ambiental, capaz de alinhar tecnologia, equidade e responsabilidade compartilhada.
Ao defender a integração entre diferentes níveis de governo e o uso estratégico da informação, Clécio Luís consolidou o Amapá como um exemplo de liderança regional e inovação política — um estado pequeno em território, mas grande em ambição climática.








































