Um estudo recente do MapBiomas, rede ambiental que reúne universidades, ONGs e empresas de tecnologia, revelou que apenas 6,9% das áreas urbanas no Brasil são cobertas por vegetação, o equivalente a 283,7 mil hectares. Esta área corresponde a metade da extensão territorial do Distrito Federal.
Julio Pedrassoli, coordenador da Equipe Urbano do MapBiomas, destacou que essa cobertura vegetal é inadequada. Ele mencionou a recomendação da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana, que sugere 15 metros quadrados de área verde por habitante, enquanto os dados do estudo indicam uma média de apenas 13m² por habitante. “A distribuição desigual da vegetação agrava ainda mais o cenário,” afirmou Pedrassoli, alertando para as consequências diretas da baixa cobertura vegetal, como o aumento das temperaturas locais.
Pedrassoli ressaltou que a vegetação urbana é crucial para regular o microclima, auxiliar nos sistemas de drenagem e fornecer habitat para a fauna urbana. Além disso, as áreas verdes são essenciais para o bem-estar humano, oferecendo espaços para lazer e atividades físicas.
Os dados foram obtidos através da análise de imagens de satélite, identificando manchas de vegetação de pelo menos 1.000 m² em áreas urbanas. A vegetação analisada incluía gramados, trepadeiras e árvores de diferentes portes, localizadas em parques, praças, áreas de conservação, jardins, cemitérios, campos esportivos, hortas, calçadas, canteiros, telhados e paredes verdes, além de áreas abandonadas. A delimitação das áreas urbanas foi feita com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O levantamento mostrou que a Mata Atlântica abriga 61,5% da vegetação urbana do Brasil, seguida pelo Cerrado (22%), Amazônia (6,6%), Caatinga (5,7%), Pampa (4%) e Pantanal (0,2%). As praças e parques estão presentes em 88% dos municípios brasileiros, com 55% localizados na Mata Atlântica.
O estado do Rio de Janeiro lidera com a maior proporção de áreas urbanas cobertas por vegetação, com 13,1% de cobertura. O Distrito Federal e São Paulo seguem com 10,1% e 7,8%, respectivamente. Os piores índices estão no Norte, com Amapá (2,6%), Roraima (3%) e Rondônia (3,1%).
Mesquita, Nilópolis e Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro, são as cidades com maior parcela de vegetação urbana, graças ao Parque do Mendanha. Em termos absolutos, a cidade do Rio de Janeiro possui 12,3 mil hectares de Mata Atlântica em áreas urbanas, abrigando parques naturais como o da Pedra Branca e o Parque Nacional da Tijuca.
Julio Pedrassoli alertou que a baixa cobertura vegetal nas cidades brasileiras dificulta a adaptação às mudanças climáticas. Ele defende a preservação das áreas verdes existentes e a promoção de uma distribuição equitativa dessas áreas. “Não basta ter uma grande área verde em um ponto. É preciso pensar na distribuição espacial e aumentar a vegetação por habitante,” explicou.
O MapBiomas está desenvolvendo uma série temporal para monitorar a evolução da cobertura vegetal nas áreas urbanas. “Isso permitirá verificar a quantidade de vegetação perdida ou ganha e o ritmo desse processo, além do uso dado ao solo onde a vegetação foi removida,” concluiu Pedrassoli, enfatizando a importância de tratar as áreas verdes como infraestrutura essencial.
Fonte: EBC
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