Maior jazida mineral descoberta em três décadas pode colocar a Argentina entre os líderes globais da mineração e redefinir o cenário econômico e geopolítico da América do Sul.
A descoberta que sacudiu os Andes
Em maio de 2025, uma revelação feita pela joint venture Vicuña — formada pela sueco-canadense Lundin Mining e pela australiana BHP — colocou a Argentina no centro das atenções do setor de mineração global. Localizado na província de San Juan e se estendendo até o deserto do Atacama, no Chile, o novo depósito mineral foi classificado como o maior descoberto nos últimos 30 anos.
Com volumes impressionantes de cobre, ouro e prata, os projetos Filo del Sol e Josemaría prometem não só mudar a estrutura econômica da Argentina, mas também impactar a geopolítica dos metais estratégicos em escala global.
Um tesouro mineral de proporções históricas
Segundo dados oficiais divulgados pela Vicuña, os números são assombrosos:
- Cobre: 12,8 milhões de toneladas confirmadas e 25,1 milhões estimadas
- Ouro: 32,2 milhões de onças confirmadas e 48,7 milhões estimadas
- Prata: 659 milhões de onças confirmadas e 808 milhões estimadas
Essas cifras colocam o complexo entre os dez maiores depósitos de cobre do mundo e um dos maiores de ouro e prata já registrados. Para efeito de comparação, o Chile — líder mundial na produção de cobre — exportou US$ 50 bilhões do minério em 2023.
Impacto direto na economia argentina
O anúncio chega em um momento crítico para a economia da Argentina, marcada por inflação crônica e forte endividamento. Com a mineração ganhando protagonismo frente ao tradicional agronegócio, o país vislumbra uma chance real de diversificar sua matriz produtiva e melhorar sua balança comercial.
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Projeções indicam que a Argentina poderá entrar no top 10 global dos produtores de cobre até o final da década. Isso trará benefícios em cadeia: geração de milhares de empregos, aumento da arrecadação, atração de investimentos e fortalecimento das reservas internacionais.
Vicuña: uma parceria de peso
A Vicuña é resultado da união entre duas gigantes da mineração: a BHP, da Austrália, e a Lundin Mining, com atuação no Canadá e na Suécia. A expertise dessas empresas garante não apenas financiamento e tecnologia, mas também práticas de mineração limpa e sustentável.
“Estamos desenvolvendo um modelo de mineração moderna, baseada em evidências científicas e na escuta ativa da sociedade”, declarou a Vicuña.
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