A Organização Mundial da Saúde (OMS) recentemente alertou para o aumento de casos de sarampo em todo o mundo, reforçando a importância da vacinação para prevenir a disseminação da doença. O sarampo é uma das doenças mais transmissíveis, com quase todos ao redor de uma pessoa infectada correndo o risco de contrair o vírus, caso não estejam vacinados.
Alertas Internacionais
Nas últimas semanas, países como México, Estados Unidos, Reino Unido e Portugal emitiram alertas após a confirmação de casos de sarampo. Na Argentina, uma criança de 19 meses faleceu na província de Salta, destacando a gravidade da situação.
Caso Importado no Brasil
No Brasil, o Centro de Vigilância em Saúde do Rio Grande do Sul emitiu um alerta após confirmar um caso importado de sarampo. O paciente, um menino de 3 anos, chegou ao município de Rio Grande em 27 de dezembro, vindo do Paquistão, um país com circulação endêmica da doença.
A Importância da Vacinação
Diante da confirmação, a Secretaria da Saúde do Rio Grande do Sul reforçou a recomendação de aplicação da vacina tríplice viral (sarampo, rubéola e caxumba), oferecida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para crianças a partir de 1 ano e até os 59 anos, conforme o calendário nacional de vacinação.
O esquema vacinal completo do sarampo consiste em duas doses até os 29 anos, ou uma dose para adultos de 30 a 59 anos. Em crianças, a vacinação deve ocorrer aos 12 e aos 15 meses. Profissionais de saúde devem receber duas doses, independentemente da idade.
Sarampo: Uma Doença Contagiosa
O sarampo é uma doença infecciosa aguda, viral, especialmente grave em menores de 5 anos, imunodeprimidos e desnutridos. É extremamente contagiosa, infectando nove a cada dez pessoas suscetíveis após exposição ao vírus.
Eliminação do Sarampo
Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), lembrou que o sarampo era uma doença controlada no Brasil até 2016, quando o país recebeu a certificação de eliminação do vírus em território nacional.
Após um grande surto da doença em 2017 e em 2018, com mais de 40 mil casos registrados, o Brasil perdeu a certificação e voltou a ser um país endêmico, onde o sarampo circula livremente.
Em Busca da Recertificação
“Estamos sem registro de casos desde junho de 2022, em busca da recertificação dessa eliminação. Ainda falta melhorar nossas coberturas vacinais, alguns indicadores de vigilância. Já recebemos um status não de país endêmico, mas de país com pendência de recertificação pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) em novembro de 2023”, disse Kfouri.
O aumento recente no número de casos da doença em diversos países é motivo de preocupação. Ao comentar o caso da criança proveniente do Paquistão, Kfouri avaliou que o alerta do governo gaúcho é válido.
“É um caso importado, obviamente, não adquirido aqui no nosso território, mas que nos traz esse alerta. Primeiro, da importância da vigilância, de estarmos atentos a qualquer caso suspeito, importado, para que a entrada de um caso aqui não se multiplique e não se torne outros casos secundários, uma cadeia de transmissão e um novo surto”, concluiu Kfouri.
Kfouri destacou que são importantes a vigilância de casos suspeitos e a investigação oportuna. “E, claro, vacinação dos contactantes desses indivíduos suspeitos e nossas coberturas vacinais elevadas para que, mesmo com essa frequente e possível entrada de pessoas com sarampo no país, isso não se traduza em novos surtos aqui entre nós.”