Avançando Rumo ao Fim da Era dos Combustíveis Fósseis

Autor: Redação Revista Amazônia

A 28ª Conferência das Partes (COP28) em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, marcou um momento histórico na luta contra as mudanças climáticas. O resultado final da conferência, apelidado de ‘Consenso dos EAU’, gerou reações variadas em todo o mundo.

Um Resultado Histórico

Pela primeira vez na história da COP, os combustíveis fósseis foram explicitamente mencionados no texto final. Isso é significativo, pois os combustíveis fósseis são a principal causa da crise climática, sendo responsáveis por 90% das emissões globais de dióxido de carbono. Este fato por si só é um testemunho das décadas perdidas na ação climática devido ao negacionismo e obstrucionismo do lobby dos combustíveis fósseis e seus aliados estatais.

Desafios e Lacunas

Apesar do progresso, o texto final da COP28 também revelou várias lacunas. Embora envie um forte sinal de que a economia global deve se afastar dos combustíveis fósseis, o texto contém pouco em termos de novos financiamentos para os países em desenvolvimento que precisam fazer essa transição. Além disso, o texto deixa a porta aberta para o uso de tecnologias de captura e armazenamento de carbono para justificar a extração contínua de combustíveis fósseis.

A Influência da Indústria de Combustíveis Fósseis

A presença da indústria de combustíveis fósseis na COP28 foi notável. Com pelo menos 2.456 lobistas presentes, a indústria de combustíveis fósseis formou a maior delegação depois dos anfitriões EAU e Brasil. Isso levanta questões sobre a influência desproporcional que a indústria de combustíveis fósseis pode ter nas negociações climáticas.

Além do Carvão

Além do texto formal, vários países se juntaram à Aliança Power Past Coal (PPCA), uma coalizão de governos nacionais e subnacionais que trabalham para acelerar a transição para longe do carvão. No entanto, a eliminação rápida do carvão representa enormes desafios econômicos e sociais para os países que dependem muito do carvão.

A COP28 marcou um momento histórico na luta contra as mudanças climáticas. No entanto, o caminho a seguir ainda está repleto de desafios. As nações ricas devem liderar o caminho para eliminar todos os combustíveis fósseis, não apenas o carvão. Além disso, questões cruciais, como a rapidez com que as nações devem se afastar dos combustíveis fósseis e como essa transição será financiada, permanecem sem resposta. Essas são questões que devem ser abordadas nas futuras conferências da COP.


Edição atual da Revista Amazônia

Assine para receber nossas noticia no seu e-mail

* indica obrigatório

Intuit Mailchimp