A poucos dias da abertura da COP30, o Pará vive um marco de transformação em sua infraestrutura. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva entregou as obras de requalificação do Porto de Outeiro e de ampliação do Aeroporto Internacional de Belém, símbolos de um novo ciclo de desenvolvimento logístico e sustentável na Amazônia.

Com o evento global de clima prestes a colocar a capital paraense no centro das atenções internacionais, as inaugurações consolidam Belém como vitrine da capacidade brasileira de realizar, em tempo recorde, obras estruturantes com propósito ambiental e social.
“Belém será outra cidade depois da COP”, afirmou o presidente, ao lado de autoridades locais e trabalhadores, em cerimônia marcada pelo tom de celebração e pertencimento.
Porto de Outeiro: o novo coração logístico do Norte
Executada pela Companhia Docas do Pará (CDP), em parceria com Itaipu Binacional, a requalificação do Porto de Outeiro teve investimento de R$ 233 milhões e foi concluída em apenas seis meses — um feito raro na engenharia pública brasileira. As obras incluíram a ampliação do píer, que passou de 261 para 716 metros, a construção de 11 dolphins, 10 pontes metálicas e novas estruturas para embarque e atracação de navios de grande porte.
A modernização dobra a capacidade de movimentação de cargas, agora estimada em 80 mil toneladas, tornando o porto uma base estratégica da logística do Norte e reforçando a matriz de exportação de minérios, grãos e derivados da indústria alimentícia e energética.
Além do impacto econômico, o porto também desempenhará papel temporário na hospedagem durante a COP30: dois navios de cruzeiro ficarão atracados, com capacidade total para cinco mil pessoas. Uma ponte recém-construída garantirá o deslocamento rápido entre o terminal e os espaços oficiais da conferência, em cerca de 25 minutos.
Mais de 740 empregos foram gerados ao longo da obra — um impulso direto à economia local, especialmente na Ilha de Outeiro, onde o operário Antônio Rogério Leite resumiu o sentimento coletivo: “Essa obra é um orgulho. Gerou renda, vai movimentar o porto e mostrar o Pará para o mundo”.

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Aeroporto Internacional de Belém: modernidade com alma amazônica
Antes da visita ao porto, Lula inaugurou a nova fase do Aeroporto Internacional de Belém, sob gestão da Norte da Amazônia Airports (NOA). Com investimento de R$ 450 milhões, o terminal triplicou a área de embarque, ganhou novos sistemas de climatização e tecnologia de navegação aérea, e passou a operar com capacidade para até 13 milhões de passageiros por ano — quase o dobro da anterior.
O projeto foi antecipado em quase um ano em relação ao cronograma original e empregou cerca de 1,5 mil trabalhadores diretos e indiretos. Além da eficiência técnica, o aeroporto incorpora elementos que celebram a cultura amazônica, com mobiliário inspirado na floresta e espaços pensados para inclusão, como a sala multissensorial voltada a pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Um legado para além da COP30
As obras são parte do plano integrado de modernização da infraestrutura amazônica coordenado pelo Ministério de Portos e Aeroportos, sob comando de Silvio Costa Filho, e contam com apoio de ministérios estratégicos como o Meio Ambiente e Mudança do Clima e a Casa Civil.
Para o governador Helder Barbalho, o esforço conjunto entre União, Estado e município demonstra que o legado da COP será duradouro. “Os equipamentos que entregamos hoje ficarão para o povo. São investimentos que modernizam Belém e preparam o Pará para um novo ciclo de prosperidade sustentável”, afirmou.
Durante o evento, Lula destacou o papel do Pará na transição para uma economia verde. “O mundo precisa investir na bioeconomia. O Pará pode ser a porta de entrada desse novo modelo de desenvolvimento, que valoriza a floresta e oferece qualidade de vida às pessoas”, disse.
Um futuro em construção
Com novos portos, aeroportos, e uma visão centrada na sustentabilidade, Belém se prepara para receber líderes de mais de 170 países e, ao mesmo tempo, projetar ao mundo o potencial amazônico de unir desenvolvimento e conservação.
Mais do que obras de infraestrutura, o que se constrói na capital paraense é um símbolo de mudança de paradigma — uma cidade que se abre para o futuro sem abandonar suas raízes na floresta.






































