Em 10 de novembro, Belém vai pulsar com o poder transformador da Amazônia: acontecerá o Festival de Investimento de Impacto e Negócios Sustentáveis da Amazônia: FIINSA COP30, no Campus de Direito do Centro Universitário do Estado do Pará (CESUPA). Promovido por Idesam e Impact Hub Manaus, com correalização do CESUPA e uma ampla rede de apoio, o evento não será apenas um palco de fala; será um laboratório vivo para articular soluções reais para os dilemas socioambientais da região.
Parte central do FIINSA COP30 será dar voz às comunidades, aos jovens, às lideranças locais, bem como às empresas, organizações e investidores que já atuam com impacto. Nomes como Juliana Teles (Impact Hub Manaus), Mariano Cenamo (Idesam / Amaz), Carol Vilanova (Grupo Flor de Jambu), Laura Motta (Mercado Livre), Valcléia Lima (Fundação Amazônia Sustentável) e outros estarão ali para debater desafios concretos: acesso a capital paciente, modelos financeiros que valorizem resultados socioambientais, lacunas regulatórias, limites logísticos, desigualdades de poder no ecossistema amazônico.

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Estrutura, temas e articulação
A abertura se dá com “Da Amazônia para o mundo: soluções reais para uma economia de baixo carbono” — momento em que se busca mapear avanços já alcançados e caminhos ainda por construir. Durante o dia, painéis como “Capital que alavanca impacto”, “Quem senta à mesa”, “Cadê a indústria da Amazônia?”, “Se a bioeconomia é o caminho, por que ela ainda tropeça?” e “O que está funcionando?” vão interligar debates sobre governança, juventude, cultura, bioeconomia, indústria local e sustentabilidade. Haverá também rodas de conversa que convidam à reflexão crítica: sobre crescimento sem atropelos culturais, sobre os pontos cegos da economia da floresta, e ainda sobre o protagonismo jovem nas economias amazônicas.
Além dos debates, o FIINSA COP30 terá feira de sociobiodiversidade — Mercado Amazônia — e espaços culturais, de convivência e gastronômicos que farão da floresta referência estética e simbólica, não apenas recurso. E ao fim do dia, será cocriada a “Carta do FIINSA COP30”, documento oficial com propostas e demandas para avançar a bioeconomia, o protagonismo local e os modelos de negócios sustentáveis. Inteligência artificial será usada para acelerar essa composição, sem perder o toque humano de quem vive a Amazônia.

Potencial, entraves e urgência
O FIINSA COP30 surge num cenário de urgência. A floresta amazônica enfrenta pressões crescentes: desmatamento, mudanças climáticas, degradação de ecossistemas, desigualdade social. Ao mesmo tempo, há uma fonte de energia criativa: saberes tradicionais, biodiversidade, ecossistemas intactos, comunidades que conservam florestas em pé e práticas culturais que poderiam liderar narrativas alternativas de desenvolvimento.
Entretanto, esse potencial esbarra em obstáculos duradouros: falta de infraestrutura — estradas, logística, transporte de produtos amazônicos; regulamentos que não dialogam com realidades locais; barreiras de acesso a crédito que considera risco alto demais; modelos de investimento que priorizam lucro imediato em vez de sustentabilidade de longo prazo; exclusão de certas vozes — jovens, povos tradicionais, mulheres — na formulação de políticas e negócios.
O FIINSA COP30 tenta virar essa página, ao colocar na mesa quem frequentemente fica fora dela. Ao reunir múltiplos atores, ao cultivar espaços de diálogo além do técnico, ao exigir resultados concretos — como uma carta-carta de compromissos — o evento aposta que identificar os gargalos já conhecidos é parte da construção de soluções.
É uma Amazônia que quer mais do que ser cenário; quer ser protagonista. O FIINSA COP30 representa um momento estratégico: deixar de apenas apontar problemas e começar a construir — junto — alternativas práticas. O sucesso do festival vai depender não só do que for discutido, mas do que se articular, do que for executado depois, do poder de cada voz para impor mudanças. Se o evento conseguir catalisar compromissos reais, mobilizar recursos efetivos e garantir protagonismo local, será uma peça importante na trajetória de uma Amazônia inovadora, inclusiva e sustentável.








































