• Recursos são não reembolsáveis e correspondem a 54% do investimento total no projeto
• É a maior operação da iniciativa Resgatando a História
• Projeto cria escola para formação de mão de obra especializada em restauro e conservação
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou apoio não reembolsável de R$ 36,3 milhões para restauro e revitalização do Complexo dos Mercedários, de Belém (PA). O anúncio do Banco foi feito pela diretora Socioambiental, Tereza Campello, que visitou o Complexo nesta terça-feira, 8.
Os recursos do BNDES são não reembolsáveis e provêm da iniciativa Resgatando a História, por meio da qual o Banco apoia a recuperação do patrimônio histórico material, imaterial e de acervos memoriais de todo o país, juntamente com parceiros.
Essa é a maior operação aprovada pelo BNDES no âmbito da iniciativa. Os recursos do Banco correspondem a 73,5% do investimento total, orçado em R$ 49,4 milhões, e que também terá aportes da Universidade Federal do Pará (UFPA). O projeto está a cargo da Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa (Fadesp), ligada à UFPA.
Para Tereza Campello, “a restauração do conjunto Mercedários, que já estava prevista, agora merece um novo olhar, com Belém como sede da COP 30 em 2025. O espaço é uma joia da cidade e será restaurado para benefício da população local. O plano é que também possa ser integrado às atividades da Conferência do Clima das Nações Unidas”.
O projeto prevê o restauro e a reabilitação do conjunto arquitetônico dos Mercedários, o que inclui instalações elétricas, hidrossanitárias, de drenagem pluvial e esgoto, de acessibilidade, de segurança e de combate a incêndios.
Uma segunda frente é a implantação da Escola Oficina de Conservação e Restauro da Amazônia, voltada à formação de mão de obra especializada a partir de cursos práticos aplicados na recuperação do próprio Complexo. Também está prevista a aquisição de equipamentos para melhorar a infraestrutura do Laboratório de Conservação, Restauração e Reabilitação (Lacore) da UFPA.
A iniciativa contempla, ainda, a criação do primeiro museu de ciências do patrimônio cultural da Amazônia. O museu vai abordar a história arquitetônica e urbanística do Conjunto dos Mercedários de forma integrada com as tecnologias de construção e materiais utilizados. Desta forma, o museu preservará as instalações e contribuirá com a revitalização do entorno do Complexo, e com oportunidades de emprego e renda – inclusive com a identificação de estratégias para estimular atividades produtivas direta e indiretamente relacionadas ao projeto.
Conjunto arquitetônico – O Complexo dos Mercedários, de Belém (PA), é um conjunto arquitetônico composto pela Igreja das Mercês e pelo antigo Convento dos Mercedários, cuja construção teve início em 1640 e foi refeita a partir de 1748. A igreja constitui um dos quatro exemplares de fachadas com perfil côncavo existentes no país e é um dos maiores e mais importantes conventos coloniais da região amazônica.
Após sua desativação como espaço religioso, em 1777, o Complexo foi incorporado ao patrimônio da União, tendo recebido atividades variadas. Desde 2018, está cedido à UFPA para abrigar, em especial, as atividades da Faculdade de Conservação e Restauro.
O BNDES e a cultura – O BNDES é um dos maiores apoiadores do patrimônio histórico brasileiro. Nos últimos 25 anos, investiu mais de R$ 900 milhões em projetos de restauro, preservação e revitalização de mais de quatrocentos monumentos, sítios, edificações históricas e bens móveis de valor nacional localizados em todas as regiões do país, além de ações para a preservação do acervo memorial brasileiro.