BNDES lança compromissos com a biodiversidade na COP16, em Cali

Autor: Redação Revista Amazônia

Nesta sexta-feira, 25 de outubro, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) lançou o documento “Biodiversidade: o compromisso do BNDES com a natureza”. Esse lançamento ocorre na COP16, um dos eventos mais relevantes do mundo sobre diversidade biológica, que ocorre em Cali, Colômbia, e vai até 1º de novembro.
O documento detalha as estratégias e compromissos do BNDES para a conservação, uso sustentável e restauração de ecossistemas brasileiros, reforçando o papel do Banco como articulador de políticas socioambientais do governo. A apresentação do livro conta com mensagens do presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, da ex-ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira e do pesquisador Carlos Nobre, todos comprometidos com a preservação da biodiversidade.

Principais Compromissos com a Biodiversidade

No documento, o BNDES estabelece cinco compromissos prioritários para apoiar a biodiversidade. Esses compromissos visam incentivar um novo paradigma de desenvolvimento econômico e social que valorize a interação harmoniosa entre sociedade e natureza. Destacam-se:

  • Fomento a um desenvolvimento que respeite a natureza;
  • Implementação de políticas públicas comprometidas com a preservação ambiental;
  • Geração de conhecimento e valorização dos saberes tradicionais;
  • Potencialização do valor econômico da sociobiodiversidade, reduzindo desigualdades;
  • Manutenção de serviços ecossistêmicos essenciais à sociedade e à economia.

O compromisso visa fortalecer o papel da biodiversidade como elemento essencial para o bem-estar humano e o equilíbrio ambiental.

A Importância da Restauração de Ecossistemas

Segundo o presidente Aloizio Mercadante, o Banco tem como missão restaurar e preservar os ecossistemas em colaboração com o setor público e privado. “Sob a orientação do governo do presidente Lula, o BNDES retomou a pauta ambiental como prioritária, destinando recursos nacionais e internacionais para projetos de conservação e restauração ecológica”, afirma Mercadante.

Essa visão integra a Estratégia e Plano de Ação Nacional para Biodiversidade (Epanb) do Brasil, alinhada ao Marco Global da Diversidade Biológica de Kunming-Montreal, cujas metas incluem frear a perda da biodiversidade até 2030.

Mobilização de Recursos para a Biodiversidade

Para alcançar esses objetivos, o BNDES estrutura sua atuação em três pilares estratégicos: Mobilização de Recursos, Gestão de Riscos e Impacto, e Transparência e Comunicação. Na mobilização de recursos, o Banco atua em seis áreas prioritárias:

  • Conservação e restauração de biomas terrestres;
  • Conservação de biomas marinhos e costeiros;
  • Agroecologia e práticas produtivas sustentáveis;
  • Educação ambiental e inovação;
  • Combate à poluição;
  • Desenvolvimento urbano sustentável e resiliente.

Essas áreas refletem o compromisso do BNDES em catalisar investimentos que contribuam para a sustentabilidade e a preservação dos recursos naturais.

Governança e Políticas de Riscos Socioambientais

A governança do BNDES sobre biodiversidade é integrada à sua estrutura de sustentabilidade e inclui comitês de Responsabilidade Socioambiental e de Riscos. Essa governança monitora rigorosamente o uso dos recursos e evita apoiar atividades com alto risco socioambiental.

São excluídas de apoio atividades em setores como mineração, agropecuária e energia quando associadas a práticas insustentáveis, como o desmatamento ilegal ou a pesca predatória, assegurando que os investimentos sejam ambientalmente responsáveis.

Histórico e Atuação do BNDES em Sustentabilidade

Embora este seja o primeiro documento a reunir as ações do Banco em biodiversidade, o BNDES já possui uma trajetória consolidada no fortalecimento da agenda socioambiental no Brasil. Desde 1952, o Banco articula políticas públicas e privadas voltadas para a sustentabilidade. É, por exemplo, o maior financiador de energia renovável do mundo, conforme dados da BloombergNEF.

BNDES lança compromissos com a biodiversidade na COP16, em CaliRecentemente, o BNDES retomou o Fundo Amazônia e lançou iniciativas como o Arco da Restauração e o Fundo Clima, que reforçam o compromisso do Banco com a preservação da biodiversidade e o combate às mudanças climáticas.

Lançamento na COP16 e Participação do BNDES no Painel Global

O lançamento do documento ocorreu durante o painel “O Papel das Instituições Financeiras na Mobilização de Recursos para o Atingimento das Metas da CDB”, transmitido ao vivo pelo YouTube do Ministério do Meio Ambiente. O evento contou com a participação de Carlos Nobre, conselheiro do BNDES, Marina Grossi, presidente do CEBDS, e Rodrigo Cassola, representante da Unep-WCMC, além de Tereza Campello, diretora de Socioambiental do BNDES.

O painel abordou a importância de instituições financeiras na mobilização de capital para a conservação ambiental, com foco no cumprimento das metas da Convenção sobre Diversidade Biológica.

Desafios e Expectativas Futuras

A diretora de Socioambiental do BNDES, Tereza Campello, destacou que a estratégia do Banco para biodiversidade se baseia na mobilização de recursos próprios e de parceiros, sempre valorizando a natureza como um ativo econômico e cultural. “O compromisso do BNDES é promover um novo paradigma de desenvolvimento econômico que respeite e valorize os ecossistemas e os conhecimentos tradicionais”, afirmou.

Com a expectativa de aumentar a escala e o impacto de suas iniciativas, o BNDES busca consolidar uma agenda de sustentabilidade que garanta o desenvolvimento equilibrado e preserve os recursos naturais para as futuras gerações.


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