Brasil e Reino Unido lançam nova chamada para pesquisas sobre a Amazônia


O esforço conjunto entre cientistas brasileiros e britânicos ganha novo fôlego. O British Council, por meio do Fundo de Parcerias Internacionais em Ciências (ISPF) do governo do Reino Unido, e a Iniciativa Amazônia+10 anunciaram uma nova rodada de apoio a projetos voltados à pesquisa e à inovação na região amazônica.

foto: Léo Ramos Chaves/Pesquisa FAPESP

A chamada integra o programa Amazonia BR/UK Workshops Grants, que busca financiar encontros científicos capazes de gerar novas pesquisas, parcerias e redes de cooperação entre instituições dos dois países. A proposta é clara: aproximar pesquisadores e fomentar soluções conjuntas para desafios que cruzam fronteiras ambientais, sociais e econômicos em uma das regiões mais estratégicas do planeta.

Cooperação científica para um futuro compartilhado

A Amazônia, reconhecida por sua biodiversidade e papel central no equilíbrio climático global, segue como palco de desafios urgentes e oportunidades científicas sem precedentes. A nova chamada visa estimular o intercâmbio de ideias e tecnologias entre universidades, centros de pesquisa e comunidades locais, ampliando o conhecimento sobre temas que vão da biodiversidade e mudanças climáticas à bioeconomia e biotecnologia.

Também estão entre as áreas de interesse a melhoria das condições de vida das populações amazônicas e o uso sustentável do solo, pilares fundamentais para que o desenvolvimento da região ocorra de forma inclusiva e ambientalmente responsável.

Financiamento e estrutura do edital

O valor total destinado à iniciativa é de £330 mil, com limite de £55 mil por projeto aprovado. Os recursos serão aplicados na realização de workshops científicos — encontros de curta duração, mas de alto impacto, voltados à troca de experiências e à construção de agendas de pesquisa conjuntas.

As propostas devem obrigatoriamente ser apresentadas em parceria entre um pesquisador do Reino Unido e outro sediado na Amazônia Legal brasileira, estimulando a integração entre os contextos científico e territorial de ambos os países.

As inscrições estão abertas até 21 de outubro, às 7h (horário de Brasília) — o que corresponde às 11h em Londres. A seleção considerará critérios como relevância científica, potencial de impacto, inclusão de jovens pesquisadores e equilíbrio de gênero.

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Divulgação – British Council

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Um histórico de colaboração que se renova

A cooperação científica entre o Brasil e o Reino Unido tem se intensificado nas últimas décadas. O British Council atua no país desde 1945, promovendo programas de intercâmbio, formação de professores e parcerias acadêmicas. Já a Iniciativa Amazônia+10 reúne as principais Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (FAPs) e o Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa – Confap, com o objetivo de fortalecer a ciência na região amazônica e incentivar investigações voltadas à sustentabilidade.

Com o apoio do ISPF — instrumento estratégico do Governo do Reino Unido para ampliar parcerias globais em ciência e inovação —, a chamada reforça uma tendência crescente: a de que o conhecimento científico se constrói em rede e que as respostas aos desafios da Amazônia precisam de colaboração internacional.

Por que isso importa

A Amazônia é, ao mesmo tempo, fonte de riqueza biológica e símbolo das tensões entre conservação e desenvolvimento. Cada nova cooperação entre cientistas brasileiros e britânicos representa um passo para compreender e proteger esse ecossistema essencial, promovendo inovações sustentáveis que beneficiem tanto o meio ambiente quanto as comunidades locais.

Mais do que financiar eventos acadêmicos, o programa Amazonia BR/UK Workshops Grants busca plantar sementes de longo prazo: ideias, alianças e descobertas capazes de reconfigurar a relação entre ciência, sociedade e floresta.