Amapá investe em 47 ideias que vão virar empresas


O Amapá avança em direção a uma nova economia, movida pela criatividade, tecnologia e inovação. O Governo do Estado do Amapá lançou, em parceria com a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), a segunda edição do Programa Centelha Amapá, coordenado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amapá (FAPEAP). A iniciativa busca transformar 47 ideias inovadoras em negócios de impacto, promovendo a geração de renda, empregos qualificados e um ecossistema de inovação robusto no estado.

Foto: Equipe FAPEAP

O programa, que está com inscrições abertas até 14 de novembro, pretende financiar e capacitar empreendedores locais que sonham em tirar suas ideias do papel. Cada projeto selecionado receberá recursos não reembolsáveis, além de mentoria e capacitação técnica, criando um ambiente fértil para o surgimento de startups e empresas de base tecnológica.

A essência do Centelha é fomentar a cultura do empreendedorismo inovador — um modelo que une criatividade e conhecimento científico à geração de valor econômico e social. Para Maria Gabriela Carvalho, gerente de Inovação da FAPEAP, o programa simboliza uma nova etapa para o Amapá. “O Centelha é mais que um incentivo financeiro. Ele prepara pessoas, amplia horizontes e ajuda a transformar boas ideias em negócios sólidos, com impacto real na economia local”, explica.

A fala de Carvalho reflete um movimento mais amplo que vem ganhando força em todo o país: o da inovação descentralizada. Enquanto polos tradicionais como São Paulo e Florianópolis consolidam ecossistemas de startups, estados como o Amapá começam a despontar com iniciativas que valorizam talentos locais e soluções voltadas para suas realidades regionais.

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Foto: Equipe FAPEAP

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Com o apoio da FAPEAP, o Centelha Amapá integra um conjunto de políticas públicas que buscam fortalecer o ecossistema de inovação amazônico. A ideia é que cada projeto selecionado contribua não apenas com a economia, mas também com a resolução de desafios sociais, ambientais e produtivos típicos da região.

Entre os eixos estratégicos do programa estão o incentivo à pesquisa aplicada, a criação de empregos qualificados e o estímulo à formação de redes entre universidades, empresas e governo — o chamado modelo da tríplice hélice, considerado um dos pilares da inovação moderna. Essa integração permite que o conhecimento acadêmico se transforme em produtos, serviços e tecnologias úteis para a sociedade.

O Centelha Amapá também oferece um diferencial importante: o acompanhamento contínuo das equipes selecionadas. Por meio de mentores e especialistas, os empreendedores recebem apoio em temas como planejamento financeiro, marketing, desenvolvimento de produto, propriedade intelectual e gestão de negócios. O objetivo é que as ideias se transformem em empresas viáveis e sustentáveis no médio prazo.

“O Amapá está se consolidando como um polo emergente de inovação na Amazônia”, afirma Carvalho. “Esses 47 projetos representam sementes de transformação econômica e social. Quando damos oportunidade a quem tem boas ideias, criamos uma rede de soluções locais com impacto global.”

A expectativa do governo estadual é que a iniciativa impulsione a competitividade e diversifique a economia amapaense, historicamente dependente do setor público. Ao fortalecer o empreendedorismo inovador, o Centelha contribui para o surgimento de uma nova geração de empresas voltadas à tecnologia, sustentabilidade e à valorização dos recursos amazônicos.

O programa é um exemplo concreto de como políticas públicas integradas podem estimular o desenvolvimento regional por meio da inovação. Em um estado que combina riqueza ambiental e desafios estruturais, iniciativas como o Centelha mostram que a criatividade pode ser o motor de um novo modelo de crescimento — mais inclusivo, sustentável e voltado ao futuro.