O modelo de negócios cooperativista no Brasil tem mostrado uma crescente relevância socioeconômica. De acordo com o Anuário do Cooperativismo Brasileiro 2024, divulgado recentemente pelo Sistema OCB, o país já conta com 23,45 milhões de cooperados. Este número representa 11,55% da população brasileira, com base no último censo do IBGE, e mostra um crescimento de 14,5% em relação a 2023, quando o total de cooperados era de 20,5 milhões. O movimento cooperativista envolve 23% da população ocupada, empregando 550.611 profissionais, e movimentou R$ 692 bilhões.
“Estamos muito satisfeitos com os resultados deste levantamento. Eles indicam que estamos cada vez mais próximos da meta BRC 1 TRI de prosperidade. Além disso, os dados do AnuárioCoop nos ajudam a melhorar nossa atuação na representação institucional do cooperativismo e a dar a visibilidade necessária para atrair mais pessoas para esse ciclo virtuoso”, afirmou Márcio Lopes de Freitas, presidente do Sistema OCB.
O Brasil conta com 4.509 cooperativas, com maior concentração no ramo agropecuário (1.179), seguido pelos ramos de transporte (790), saúde (702), crédito (700), trabalho e produção de bens e serviços (641), infraestrutura (276) e consumo (221). As cooperativas estão presentes em 1.398 municípios brasileiros, com a maior parte localizada na região Sudeste (1.605), seguida pelo Nordeste (856) e Sul (825). As regiões Centro-Oeste e Norte abrigam 619 e 504 cooperativas, respectivamente.
Em termos de gênero, a participação das mulheres no cooperativismo se manteve estável em 2023, com 41% de cooperadas contra 59% de homens. As mulheres têm uma presença significativa nos ramos de consumo (45%), crédito (43%), saúde (46%) e trabalho e produção de bens e serviços (55%).
O número de empregos gerados pelas cooperativas aumentou para 550.611 em 2023, um crescimento de 5% em relação ao ano anterior. Enquanto o Brasil registrou uma redução de 27,52% no saldo de empregos formais entre 2022 e 2023, segundo o Caged, o cooperativismo apresentou um resultado positivo no mesmo período. As mulheres representaram 52% dos empregos gerados pelas cooperativas em 2023, com maior presença nos ramos de consumo (57%), crédito (60%), saúde (75%) e trabalho e produção de bens e serviços (56%). No geral, o ramo agropecuário emprega o maior número de trabalhadores, com 257.137 funcionários, seguido pelos ramos de saúde (139.772) e crédito (111.911).
Os indicadores financeiros também destacam a força do cooperativismo. Em 2023, os ativos totais do setor alcançaram R$ 1,16 trilhões, um aumento de 17% em relação a 2022. O capital social foi de R$ 94 bilhões, também com um aumento de 17% em relação ao ano anterior. A movimentação financeira do setor foi de R$ 692 bilhões, um crescimento de 6% em relação a 2021. As sobras do exercício atingiram R$ 38,9 bilhões. O cooperativismo contribuiu com mais de R$ 33,9 bilhões em tributos aos cofres públicos, um aumento de 70% em relação a 2022, além de R$ 31,7 bilhões destinados ao pagamento de salários e benefícios aos colaboradores.
Exportação
O Anuário 2024 também destaca os números expressivos do cooperativismo no mercado internacional. Apoiado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), as cooperativas brasileiras totalizaram US$ 8,3 bilhões em negócios em 2023. As cooperativas foram responsáveis por 2,5% de tudo o que o Brasil exportou e 7,1% dos embarques do agronegócio. No total, 96 cooperativas são apoiadas pela ApexBrasil, das quais 81 realizaram exportações, com aproximadamente 75% localizadas nas regiões Sul e Sudeste. Os principais produtos exportados são carnes de aves, soja triturada, café não torrado e carne suína.