Em um mundo que valoriza o coletivo sobre o individual e a distribuição de renda sobre a concentração, as pessoas estão no centro de tudo. O cooperativismo, celebrado no Dia Internacional das Cooperativas no primeiro sábado de julho, promove reflexões sobre um modelo de negócio que busca criar um mundo mais igualitário e economicamente sustentável.
A Cooperativa Vinícola Garibaldi exemplifica como a força coletiva dos produtores impulsiona o negócio, fundamentado em valores como democracia, igualdade e honestidade, promovendo o desenvolvimento sustentável das comunidades. “A cooperativa une muitos para encontrar soluções. Soluções para produzir de forma sustentável, colher frutos de qualidade e transformar uvas em produtos de consumo. Isso beneficia todas as 270 famílias cooperadas”, destaca Oscar Ló, presidente da cooperativa.
Cooperativas são essencialmente a união de pessoas com objetivos comuns. “Somando esforços, superamos desafios”, ressalta Felipe Corbellini, presidente da Cooperativa Agrícola Cairu. As cooperativas funcionam como propriedades coletivas, extensões dos negócios dos associados, diz Marcos Balbinot, presidente da Sicredi Serrana. “Os associados criam sua própria empresa para gerar valor aos seus negócios”, destaca Balbinot.
Corbellini reforça que, ao não concentrar renda, as cooperativas promovem a distribuição de novos valores, contribuindo para uma sociedade melhor. “As cooperativas são um meio para uma sociedade mais igualitária”, afirma. Balbinot acrescenta que, apesar de não terem o objetivo de distribuir lucros, as cooperativas visam assegurar sua perenidade e sustentabilidade econômica, tornando-se autossuficientes e capazes de enfrentar adversidades. Elas também promovem a consciência ambiental e a preservação cultural, estimulando uma sociedade melhor.
A ONU reconhece o cooperativismo como fundamental para o desenvolvimento sustentável devido à sua capacidade de gerar emprego e renda, além de promover valores como cooperação e solidariedade. Balbinot acredita que, independentemente do tamanho que uma cooperativa alcance, ela sempre manterá sua essência local. “A essência de uma cooperativa, originada pelos sócios-fundadores, permanece mesmo com o crescimento”, afirma. O desafio é expandir sem perder a essência, integrando mais pessoas e gerando um impacto positivo maior.
A ONU designou 2025 como o Ano Internacional das Cooperativas. Corbellini vê isso como uma oportunidade para aumentar a visibilidade do setor e mostrar seu modelo sustentável. “Será importante para impulsionar o desenvolvimento econômico, especialmente para grupos vulneráveis”, destaca.
No Brasil, conforme o Anuário do Cooperativismo 2023, mais de 20,5 milhões de pessoas são cooperadas, incluindo a nova geração. Felipe Casagrande, de 12 anos, dirige a Cooperativa Escolar Madre Felicidade em Garibaldi. Com apoio da Sicredi Serrana, da Cooperativa Vinícola Garibaldi e da Marini Coop., alunos produzem marcadores de página seguindo moldes cooperativos. “Aprendi a cooperar em sociedade, ajudar quem precisa e não julgar. Cooperar torna tudo mais fácil e melhora o convívio”, comenta Felipe.
Felipe exemplifica os valores cooperativos que são fundamentais para o progresso das comunidades. “Uma cooperativa mantém viva a chama do voluntariado e da solidariedade, fortalecendo-se em tempos de oportunidades e estando pronta em tempos de adversidades”, conclui Balbinot.