O Governo do Pará deu mais um passo decisivo na preparação para a COP30, que será realizada em Belém em novembro de 2025. A inauguração da EY House, na capital paraense, representa um marco não apenas para o evento, mas para a consolidação de políticas públicas de longo prazo voltadas aos povos indígenas e à sustentabilidade. O espaço, criado a partir de uma parceria público-privada, funcionará durante a conferência como um centro de debates estratégicos sobre transição energética, bioeconomia, proteção das florestas, cadeias produtivas sustentáveis e políticas sociais. Após o encerramento da conferência, o local será destinado à Secretaria dos Povos Indígenas do Pará (Sepi), transformando-se em sede definitiva do órgão.

Com mais de três mil metros quadrados, a EY House foi instalada na Praça Waldemar Henrique, no bairro do Reduto, e projetada sob o conceito de arquitetura sustentável. O espaço conta com energia solar, reaproveitamento da água da chuva, uso de materiais renováveis e ambientes moduláveis. A concepção do prédio já expressa a intenção do governo estadual de usar a COP30 como catalisador de um novo modelo de desenvolvimento, capaz de conciliar tradição, inovação tecnológica e respeito à diversidade cultural da Amazônia.
Durante a cerimônia de inauguração, o governador Helder Barbalho destacou o simbolismo do momento. Para ele, o espaço representa a materialização de um compromisso com a floresta em pé, capaz de gerar mais valor econômico e social do que a exploração predatória. “Estamos transformando uma ideia em realidade. Essa parceria é exemplo de como a sustentabilidade pode ser traduzida em políticas públicas e benefícios concretos para os povos da Amazônia. É também um instrumento de mobilização de novos parceiros e de estruturação do futuro do Pará no pós-COP”, afirmou.
A secretária dos Povos Indígenas, Puyr Tembé, ressaltou o ineditismo da iniciativa. Pela primeira vez, os povos originários terão um espaço institucionalizado no coração de Belém, fruto direto da mobilização em torno da conferência. “Para nós, essa conquista significa dignidade, reconhecimento e protagonismo. A Sepi fará daqui um centro permanente de diálogo e de formulação de políticas públicas, garantindo que as vozes indígenas sejam ouvidas antes, durante e depois da COP30”, destacou.

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A inauguração também contou com a participação de lideranças empresariais. O CEO da EY Brasil, Luiz Sérgio Vieira, ressaltou a importância de unir ciência, inovação e compromisso social. Segundo ele, o legado do espaço é duplo: criar soluções que entreguem resultados concretos para a economia e a sociedade e deixar uma estrutura permanente à disposição da Sepi. Vieira enfatizou que a iniciativa só foi possível graças à cooperação com o governo estadual, que transformou a ideia em uma plataforma viva de colaboração e impacto positivo para a Amazônia e para o país.
Já o sócio-líder de Sustentabilidade da EY para a América Latina, Ricardo Assumpção, reforçou que o espaço reflete uma agenda de impacto duradouro. “Mais do que apoiar empresas em suas metas climáticas, queremos colocar as pessoas no centro dessa transformação. Nosso compromisso é gerar impacto real na vida das comunidades e garantir a preservação da bioeconomia amazônica. É preciso ir além de ações pontuais e assegurar um legado de longo prazo que una negócios, governos e povos indígenas”, afirmou.
A criação da EY House e sua posterior destinação à Sepi exemplificam como a COP30 pode deixar legados concretos para a região amazônica, indo além dos debates globais. O Pará assume posição pioneira ao criar um espaço institucional que simboliza a integração entre ancestralidade e inovação, fortalecendo sua presença no centro das decisões sobre clima e sustentabilidade.
Ao unir o poder público, o setor privado e as lideranças indígenas em torno de um mesmo projeto, o estado envia uma mensagem clara: a Amazônia não é apenas um território a ser protegido, mas também um espaço de criação de novos modelos de desenvolvimento. O futuro da região, reforçado pela inauguração da EY House, passa pelo reconhecimento do protagonismo dos povos originários e pelo investimento em soluções que conciliem biodiversidade, tecnologia e inclusão social.






































