Meio Ambiente

Peixes que andam e o estranho caso do peixe-bolha: Curiosidades aquáticas da Amazônia

Imagine um peixe dando um rolê fora d’água, usando nadadeiras como se fossem perninhas, ou outro que parece um pudim deprimido flutuando no fundo do mar. Na Amazônia, lar de rios que escondem mais mistérios que uma novela das nove, os peixes não são só nadadores – alguns são verdadeiros aventureiros terrestres ou têm visuais que desafiam a lógica. Neste artigo, mergulhamos nas curiosidades sobre peixes, destacando espécies amazônicas que dominam a arte de “andar” com nadadeiras e o bizarro peixe-bolha, que parece ter saído de um desenho animado com crise existencial. Preparado para rir e se surpreender com esses peixes que andam e outras esquisitices aquáticas? Vamos nessa!

Peixes que andam: Os aventureiros da Amazônia

Ilustração sugerida: Um peixe-pulmonado sul-americano, com nadadeiras robustas, “caminhando” em um lamaçal amazônico, com cipós e folhagens ao fundo, sob um céu alaranjado de pôr do sol.

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Quando a água fica escassa na Amazônia, alguns peixes não entram em pânico – eles simplesmente pegam suas nadadeiras e dão um jeito de passear por aí. Esses peixes que andam usam nadadeiras peitorais ou pélvicas como apoio para rastejar em solos úmidos, buscando novos poços d’água. Vamos conhecer dois astros amazônicos dessa categoria:

  • Peixe-pulmonado sul-americano (Lepidosiren paradoxa): Esse cara é o Indiana Jones dos peixes amazônicos. Com um corpo longo e serpentiforme, ele usa nadadeiras peitorais como “cotovelos” para se arrastar pela lama. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, ele pode sobreviver meses fora d’água, respirando ar com um pulmão primitivo. Na seca, ele se enterra na lama e entra em estivação, como se tirasse um cochilo até a chuva voltar. Curiosidade: já foi visto “passeando” entre poças a mais de 100 metros de distância!
  • Hoplias malabaricus (Trahira): Conhecida como traíra, essa espécie não é só um predador feroz – ela também dá seus pulos fora d’água. Usando nadadeiras peitorais robustas, a traíra rasteja em solos úmidos para escapar de poças secas ou caçar presas terrestres, como sapos. Um estudo do ScienceDirect mostra que ela pode se mover até 10 metros em terra firme. É tipo um peixe com crise de identidade, querendo ser anfíbio!

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Esses peixes mostram que, na Amazônia, “sair pra dar uma volta” não é exclusividade dos terrestres. Mas, enquanto eles desfilam na lama, outro peixe rouba a cena com sua aparência… digamos, única. Vamos falar do peixe-bolha!

Peixe-bolha: O pudim triste do fundo do mar

Ilustração sugerida: Um peixe-bolha flutuando nas profundezas escuras do oceano, com corpo compacto e olhos grandes, cercado por crustáceos e estrelas-do-mar. Ao lado, uma versão “deformada” na superfície, com cara de “por que estou aqui?”, em tons rosados e gelatinosos.

Ok, o peixe-bolha (Psychrolutes marcidus) não é amazônico – ele vive nas profundezas do Pacífico, perto da Austrália e Nova Zelândia. Mas, como resistir a um bicho que parece um avô rabugento derretendo? Ele ganhou fama em 2013, quando a Ugly Animal Preservation Society o elegeu o “animal mais feio do mundo”. Mas, calma, há mais do que aparenta nessa bolha gelatinosa! Aqui vão algumas curiosidades sobre peixes focadas no peixe-bolha, com base em estudos do BBC e PNAS:

    • Duas caras, uma história: No fundo do mar, a 600–1.200 metros, onde a pressão é 120 vezes maior que na superfície, o peixe-bolha é um peixe normal, com corpo compacto e olhos grandes. Mas, ao ser trazido à tona, a baixa pressão faz ele virar um pudim desmoronado, com cara de quem perdeu o ônibus. É como se o oceano fosse seu personal trainer, mantendo tudo no lugar!

    • Preguiça é o lema: Sem esqueleto rígido ou músculos, o peixe-bolha flutua como uma gelatina, gastando zero energia. Ele come o que passa na frente: crustáceos, estrelas-do-mar, até sacos plásticos (ops!). Cientistas encontraram até bicos de polvo em seus estômagos, provando que ele é o rei do “delivery” abissal.
    • Pais dedicados: As fêmeas põem até 100.000 ovos e ficam sentadas neles, limpando cada grão de areia com carinho. Só 1–2% sobrevivem, mas esse cuidado é mais dedicado que muito pai por aí.

Apesar da fama de feio, o peixe-bolha é uma vítima da pesca de arrasto, que destrói seu habitat. Ele pode viver até 130 anos, mas está vulnerável, segundo o IUCN Red List. Então, que tal dar um like na autoestima do Senhor Bolinha?

Outros peixes amazônicos com visuais de tirar o fôlego

Ilustração sugerida: Um candiru com corpo fino e translúcido, nadando em um rio turvo, com um pirarucu ao fundo, suas escamas brilhando como armadura. Incluir um pirarara com bigodes longos, parecendo um “tio do churrasco” aquático.

A Amazônia não economiza em peixes com aparência de outro planeta. Além dos que andam, há espécies que parecem saídas de um filme de ficção científica. Aqui vão três que vão te fazer esfregar os olhos:

      • Candiru (Vandellia cirrhosa): Esse peixinho fino e translúcido é o vilão dos pesadelos amazônicos. Com até 17 cm, ele usa farpas para se fixar em outros peixes (e, raramente, humanos – sim, aquela lenda!). Ele não anda, mas sua aparência de agulha viva é puro terror. Curiosidade: ele detecta ureia na água para encontrar hospedeiros, como um detetive aquático.

     

    • Pirarucu (Arapaima gigas): Um gigante de até 3 metros, com escamas que parecem armadura de cavaleiro. Ele não anda, mas respira ar, subindo à superfície como um submarino. Sua aparência imponente é tão marcante que comunidades ribeirinhas o chamam de “rei do rio”.

    • Pirarara (Phractocephalus hemioliopterus): Esse bagre de até 1,5 metro tem bigodes longos e um corpo laranja que parece gritar “sou o dono do pedaço!”. Ele não rasteja, mas sua cara de “tio do churrasco” é inesquecível. Come de tudo, de frutas a peixes, como um buffet aquático.

 

Por que esses peixes são tão esquisitos?

A Amazônia é um caldeirão de evolução, com rios que mudam de nível, secas sazonais e predadores por todos os lados. Peixes como o pulmonado e a traíra desenvolveram “caminhadas” para sobreviver à escassez de água, enquanto aparências bizarras, como a do candiru, são estratégias de camuflagem ou intimidação. Já o peixe-bolha, nas profundezas oceânicas, evoluiu para ser uma gelatina flutuante, economizando energia em um mundo de alta pressão. Essas curiosidades sobre peixes mostram como a natureza é criativa – e um pouco excêntrica!

Ameaças e como ajudar

Os peixes que andam da Amazônia enfrentam desmatamento e poluição, que alteram rios e poças. O peixe-bolha sofre com a pesca de arrasto, que varre o fundo do mar. Proteger esses bichos é simples: apoiar iniciativas como as do WWF, evitar plásticos nos rios e oceanos, e espalhar a palavra sobre esses heróis esquisitos. Afinal, quem não ama um peixe que dá um rolê na lama ou parece um emoji triste?

Conclusão: Um mergulho no bizarro

Da traíra que rasteja como se fosse ao mercado à gelatina existencial do peixe-bolha, os peixes da Amazônia e das profundezas provam que a natureza tem um senso de humor peculiar. Essas curiosidades sobre peixes nos lembram que, por trás de cada aparência estranha, há uma história de sobrevivência e adaptação. Então, da próxima vez que ouvir falar de um peixe que anda, não duvide – apenas admire!

Quer mais histórias aquáticas ou ajudar a proteger esses bichos malucos? Compartilhe este artigo, apoie a conservação da Amazônia ou mergulhe (com cuidado!) nos rios para conhecer essas estrelas. Qual peixe te deixou mais curioso? Conta aí!

Redação Revista Amazônia

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