Degradação das florestas no Pará
A degradação das florestas no Pará, provocada pela extração seletiva de madeira, está se expandindo para novas áreas, segundo um estudo recente publicado na revista Ciência Florestal. Este fenômeno, que se revelou mais abrangente que o desmatamento em termos de área afetada, compromete a capacidade das florestas amazônicas de oferecer serviços ecossistêmicos cruciais, como a regulação da temperatura.
Desde a publicação de um artigo na revista Science em 2020, ficou claro que a degradação florestal causada por extração seletiva de madeira e incêndios já ultrapassava o desmatamento em área afetada. Agora, a pesquisa da Ciência Florestal aprofunda a compreensão sobre a extensão e a evolução temporal desses impactos nas florestas do Pará.
Metodologia e Resultados
O estudo utilizou imagens de satélite Landsat e técnicas de sensoriamento remoto para analisar a dinâmica espacial e temporal das florestas perturbadas pela extração seletiva de madeira no Pará, no período de 1992 a 2018. A equipe mapeou as áreas afetadas combinando interpretação visual e métodos semiautomáticos de sensoriamento remoto.
Os resultados indicaram que aproximadamente 20% das florestas exploradas seletivamente para fins madeireiros foram desmatadas durante o período estudado. Além disso, em alguns anos, a área total de florestas alteradas pela exploração seletiva superou a área desmatada.
Áreas Protegidas e Novas Fronteiras
Um dado alarmante foi o aumento da exploração seletiva dentro de áreas protegidas, como Unidades de Conservação e Terras Indígenas, entre 1992 e 2018. A maior parte das florestas exploradas seletivamente estava situada na região conhecida como Arco do Desmatamento na Amazônia brasileira. Contudo, nos anos mais recentes, a degradação florestal se expandiu para novas fronteiras de desmatamento na região oeste do Pará.
Implicações
A expansão da degradação florestal compromete a capacidade das florestas de prover serviços ecossistêmicos vitais, exacerbando problemas ambientais como a perda de biodiversidade e a alteração do clima local e global. Esses resultados reforçam a necessidade urgente de políticas e ações efetivas para controlar a exploração madeireira e preservar as florestas amazônicas.
A pesquisa destaca a importância de monitorar continuamente a exploração seletiva e implementar estratégias de manejo sustentável para mitigar os impactos ambientais e assegurar a saúde dos ecossistemas florestais no Pará e em toda a Amazônia.