A grandeza das pirâmides ao surgimento de comunidades sustentáveis

Autor: Redação Revista Amazônia

Viajar sempre foi uma poderosa ferramenta de aprendizado e transformação pessoal, especialmente quando exploramos culturas distintas e nos deparamos com inovações visionárias. Com essa perspectiva, decidi participar da Jornada Parsifal21 em Sekem, promovida pela Ecosocial em fevereiro de 2018. Já havia visitado o Egito em 2006, mas a curiosidade de ver as mudanças após a Primavera Árabe, somada à leitura sobre Ibrahim Abouleish, fundador de Sekem, me impulsionou a embarcar novamente.

A jornada começou com uma imersão no Egito antigo: pirâmides erigidas há mais de 4 mil anos que ainda desafiam a tecnologia moderna; a misteriosa Esfinge de Gizé que parece guardar segredos da humanidade; templos majestosos de Karnak e Luxor, cujas colunas parecem querer tocar o céu; e o Vale dos Reis, onde os túmulos dos faraós estão ricamente adornados, refletindo a crença na vida após a morte. Também visitamos o Museu do Cairo, lar da célebre máscara funerária de Tutancâmon, e a Mesquita de Alabastro, um lugar que, independentemente da fé, emana uma profunda espiritualidade.

No entanto, o Egito moderno também se fez presente: das ruas agitadas do Cairo, onde o caos do trânsito e a poluição contrastam com os momentos de calma ao saborear chá de hibisco ou menta nas calçadas, até os balões de ar quente em Luxor, que oferecem uma vista panorâmica dos contrastes entre o antigo e o novo. O Cairo se revelou mais empobrecido do que eu lembrava, e a diversidade de vestimentas femininas – desde lenços pretos cobrindo todo o corpo até véus coloridos combinados com roupas que marcam a silhueta – refletia as complexidades das normas sociais em evolução.

A segunda parte da viagem nos levou a Sekem, onde ficamos seis noites em uma pousada na fazenda em Belbeis. Ali, simplicidade e cuidado definiram a experiência, com refeições preparadas com ingredientes fresquíssimos. A fazenda é um microcosmo de sustentabilidade, com plantações biodinâmicas, empresas que processam alimentos e plantas medicinais, uma indústria farmacêutica, produção têxtil de algodão orgânico, escolas e um centro médico que oferece um atendimento acolhedor, em meio a jardins floridos e ao som de música clássica ao vivo.

Na Universidade de Heliópolis, perto do Cairo, o mais recente componente deste projeto, a educação vai além das disciplinas tradicionais, integrando artes como pintura, poesia e música em todas as formações, promovendo o desenvolvimento completo dos estudantes e fortalecendo uma rede de profissionais conectados por valores comuns.

Além da fazenda central, Sekem colabora com mais de 500 fazendas familiares, todas operando sob os princípios da agricultura biodinâmica. Tivemos a oportunidade de conhecer uma dessas famílias, participar da colheita de camomila e perceber como, mesmo no deserto, as novas gerações estão conectadas ao mundo digital, como evidenciado por uma jovem que, após tirar selfies conosco, pediu para compartilhar as fotos via WhatsApp.

Ao final dessa jornada, além das memórias, levei comigo reflexões profundas. Reencontrei temas que marcaram o início da minha carreira e percebi sua relevância contínua. Em Sekem, vi como práticas de gestão e sustentabilidade podem moldar organizações emergentes, enquanto novos métodos, como a Teoria U, apontam caminhos inovadores. A experiência reforçou a importância de redes colaborativas e a possibilidade de transformar visões em realidade.

Egito

Para quem se interessa por essa incrível experiência, compartilho um vídeo que documenta a Jornada Parsifal21 a Sekem sob minha ótica:

A Esfinge: Guardiã Silenciosa de Gizé

Próxima às pirâmides de Gizé, a Grande Esfinge é uma das estátuas mais icônicas do mundo. Esculpida em um único bloco de calcário, a Esfinge tem o corpo de um leão e o rosto de um homem, que muitos acreditam ser o faraó Quéfren. Ela guarda a necrópole de Gizé, olhando para o nascer do sol e protegendo as pirâmides.

A data de construção da Esfinge e seu propósito original ainda são debatidos. Alguns pesquisadores acreditam que ela é muito mais antiga do que as pirâmides, sugerindo que poderia ter sido esculpida por uma civilização anterior. No entanto, a maioria dos arqueólogos concorda que a Esfinge foi construída durante o reinado de Quéfren, como parte de seu complexo funerário.

A Esfinge também é envolta em mistérios e lendas, incluindo o famoso “enigma da Esfinge”. Sua expressão enigmática e seu estado de conservação, desgastado pelo vento e pela areia, adicionam à sua aura mística.

As Pirâmides Foram Construídas Durante o Antigo Reino

As pirâmides de Gizé foram construídas durante a quarta dinastia do Antigo Reino do Egito, um período conhecido como “Era das Pirâmides”, que durou de 2613 a 2494 a.C. Este foi um período de grande estabilidade e prosperidade no Egito, o que permitiu a mobilização de recursos necessários para construir esses monumentos.

O Antigo Reino é muitas vezes considerado o auge da civilização egípcia, quando o poder do faraó era absoluto e a religião desempenhava um papel central na sociedade. As pirâmides, como monumentos funerários, eram uma expressão do poder e da divindade dos faraós, que eram vistos como deuses na Terra.

O Peso Surpreendente dos Blocos de Pedra

Os blocos usados para construir as pirâmides são de calcário, granito e basalto, com cada bloco pesando em média 2,5 toneladas. Os blocos de granito, usados para construir as câmaras internas, foram transportados de pedreiras localizadas a mais de 800 km de distância, em Assuã, no sul do Egito.

O transporte desses blocos é outro aspecto impressionante da engenharia egípcia. Acredita-se que os egípcios usaram barcos para transportar os blocos ao longo do Nilo, e então os arrastaram até o local de construção usando trenós e rampas. A logística envolvida na movimentação de milhões de toneladas de pedra é uma prova da organização e habilidade dos antigos egípcios.

A Inclinação Precisa das Pirâmides: Estabilidade ao Longo dos Milênios

Cada face da Grande Pirâmide de Gizé tem uma inclinação de aproximadamente 51 graus e 50 minutos. Essa inclinação não foi escolhida aleatoriamente; ela foi calculada para garantir a estabilidade da estrutura ao longo dos séculos. A inclinação das paredes ajuda a distribuir o peso da pirâmide uniformemente, evitando colapsos ou deslizamentos.

Esse cálculo preciso é mais uma evidência do conhecimento avançado de engenharia dos antigos egípcios. A estabilidade das pirâmides ao longo de milênios é um testemunho da durabilidade de suas técnicas de construção.

O Mistério da Câmara Subterrânea

Além das câmaras conhecidas dentro da pirâmide, há uma câmara subterrânea que foi escavada na rocha abaixo da pirâmide. Seu propósito exato é desconhecido, mas alguns acreditam que ela foi planejada originalmente como a câmara funerária do faraó, mas foi abandonada em favor de uma câmara superior.

A câmara subterrânea é acessível por um túnel que desce da Grande Galeria. Sua existência adiciona mais uma camada de mistério à já complexa estrutura interna da pirâmide.

O Uso das Pirâmides Além de Tumbas

Embora as pirâmides sejam principalmente conhecidas como túmulos para os faraós, elas também desempenharam outros papéis importantes na sociedade egípcia. Eram centros religiosos e culturais, onde os faraós eram cultuados como deuses após a morte. As pirâmides também serviam como símbolos de poder e prestígio, demonstrando a força e a capacidade do faraó de mobilizar recursos e trabalho.

Além disso, as pirâmides eram locais de peregrinação e rituais, onde os egípcios realizavam cerimônias em homenagem aos mortos. Essas cerimônias eram cruciais para garantir a passagem segura do faraó para o além e sua proteção eterna.

As Pirâmides Como Símbolos Eternos da Civilização Egípcia

As pirâmides do Egito são mais do que simples túmulos; elas são monumentos à engenhosidade humana, à organização social e ao poder espiritual dos antigos egípcios. Elas continuam a fascinar o mundo moderno, não apenas por sua grandiosidade, mas também pelos mistérios que ainda cercam sua construção e propósito.

As pirâmides sobrevivem como símbolos eternos da civilização egípcia, inspirando admiração e respeito. Elas nos lembram de um tempo em que a humanidade era capaz de criar obras de uma escala e beleza sem precedentes, utilizando apenas ferramentas simples e uma visão grandiosa.

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