Belém recebe, até sexta-feira (5), a sexta edição do Encontro+B Amazônia 2025, um dos principais espaços de articulação internacional para debater como a economia pode ser aliada da sustentabilidade. O evento reúne representantes de 20 países na Universidade Federal do Pará (UFPA), em um momento simbólico: o Brasil se prepara para sediar a COP30 em novembro, também na capital paraense.

Criado em 2016, o encontro já passou por Colômbia, Chile, Argentina e México, sempre com a proposta de mobilizar empresas, comunidades, governos e organizações da sociedade civil em torno de uma transição justa. A escolha da Amazônia para a edição de 2025 reforça a ideia de que a floresta não é apenas território de conservação, mas também um polo estratégico de inovação, prosperidade econômica e soluções para a crise climática.
A raiz do futuro
O tema deste ano, “A raiz do futuro”, propõe um olhar para as conexões profundas entre a Amazônia, o mercado e os modelos de desenvolvimento. Mais de 650 inscritos participam de uma programação que combina painéis, oficinas, experiências culturais, espaços de cocriação e rodas de diálogo. A diversidade de formatos reflete a intenção de estimular trocas reais entre mundos que nem sempre se encontram: lideranças empresariais, comunidades tradicionais, acadêmicos, ativistas e gestores públicos.
A mensagem central é clara: o futuro só poderá ser construído quando a economia incorporar, de forma concreta, a proteção ambiental e a justiça social. O Sistema B, responsável pela organização, atua justamente nesse sentido, conectando líderes de seis continentes que defendem um novo paradigma de negócios — mais inclusivo, regenerativo e alinhado ao bem comum.

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Amazônia em destaque
A abertura, nesta quarta-feira (3), trouxe o eixo “Amazônia elevando o nível”. O objetivo foi mostrar como a sabedoria ancestral das populações amazônicas pode inspirar práticas empresariais mais responsáveis, sistemas de cuidado comunitário e modelos inovadores de desenvolvimento. Sessões simultâneas exploraram temas como diversidade, justiça, direitos humanos, trabalho digno e governança ambiental.
Na quinta-feira (4), o encontro se volta para a cooperação empresarial. Sob o tema “Ação coletiva – uma mensagem para o mundo”, empresas ligadas ao Sistema B apresentam casos de sucesso que combinam regeneração ambiental com inovação tecnológica. Entre eles, iniciativas que utilizam inteligência artificial para mapear riscos e monitorar a biodiversidade amazônica.
A sexta-feira (5), marcada pelo “Dia da Amazônia”, encerra o evento com uma imersão cultural e ambiental em Belém. A proposta é vivenciar na prática como a capital paraense equilibra o ritmo urbano com a presença da floresta, lembrando que a transição ecológica não se dá apenas em fóruns internacionais, mas também no cotidiano das cidades amazônicas.
Convergência para a COP30
O Encontro+B Amazônia 2025 chega em um ano decisivo para o Brasil e para a Amazônia. Em novembro, líderes globais se reúnem em Belém para a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas. Até lá, iniciativas como esta cumprem o papel de aquecer os debates, antecipar soluções e reforçar o protagonismo da sociedade civil e das empresas.
Mais do que preparar terreno para a COP30, o evento reafirma que o caminho para enfrentar a crise climática passa por alianças transversais. Empresas, governos e comunidades precisam caminhar juntos para transformar modelos de produção e consumo. Nesse sentido, o Encontro+B funciona como laboratório vivo de possibilidades — onde a Amazônia deixa de ser apenas tema de debate e se torna fonte de respostas globais.
Ao reunir vozes de diferentes continentes e setores, Belém se posiciona não apenas como sede da COP, mas como centro de convergência de ideias e práticas para um futuro em que desenvolvimento e floresta não sejam vistos como opostos, mas como aliados.






































