Uma nova pesquisa publicada na revista PNAS revelou que mais de 3 mil espécies de vertebrados terrestres estão em risco de extinção devido a eventos naturais como terremotos, furacões, tsunamis e erupções vulcânicas. O estudo, apoiado pela FAPESP, destaca a vulnerabilidade de animais que já possuem populações pequenas ou habitam áreas restritas.
Os cientistas conduziram o levantamento cruzando dados de áreas afetadas por desastres naturais com habitats de mamíferos, répteis, anfíbios e aves com menos de mil indivíduos ou com áreas de ocupação menores que 2,5 mil quilômetros quadrados. Esses critérios aumentam a dificuldade de reprodução e recuperação populacional após eventos críticos.
“Nossa pesquisa identificou que 42% das 8.813 espécies com populações reduzidas ou áreas limitadas estão em regiões propensas a desastres naturais, o que ameaça seriamente seu futuro”, explicou Fernando Gonçalves, principal autor do estudo, realizado em parte durante seu pós-doutorado no Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista (IB-Unesp), em Rio Claro.
O estudo integra as atividades do Centro de Pesquisa em Biodiversidade e Mudanças do Clima (CBioClima), um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) apoiado pela FAPESP.
“Essas espécies frequentemente são empurradas para locais de alto risco após perderem seus habitats naturais devido ao desmatamento, por exemplo”, comentou Mauro Galetti, professor do IB-Unesp e um dos coordenadores do estudo. A rã-foguete-de-quito (Colostethus jacobuspetersi) é um exemplo, agora restrita a áreas ao redor do vulcão Cotopaxi, no Equador.
Os pesquisadores determinaram que 2.001 espécies estão em alto risco, com 25% ou mais de sua distribuição em áreas propensas a desastres naturais. Para 16% dessas espécies, duas ou mais ameaças naturais são comuns em seus habitats.
Um dado preocupante é que 30% das espécies em alto risco vivem fora de áreas protegidas e apenas 15% têm planos de conservação específicos. O Brasil tem duas espécies listadas no estudo: a lagartixa-da-areia (Liolaemus lutzae) e o sapo-de-barriga-vermelha (Melanophryniscus cambaraensis).
Os furacões são os únicos fenômenos naturais estudados que têm ligação direta com o aquecimento global. O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) prevê um aumento na frequência desses eventos extremos.
“Espécies que sobreviveram a eventos naturais no passado podem ter maior resistência a novos desastres, mas a combinação de fenômenos naturais e impactos humanos pode ser insuperável”, alerta Gonçalves, atualmente pós-doutorando na Universidade de Copenhague.
Para mitigar os efeitos sobre as espécies ameaçadas, os pesquisadores sugerem a criação de corredores ecológicos, reprodução assistida, translocação para áreas seguras e conservação em cativeiro. Essas estratégias visam garantir a sobrevivência das espécies e a manutenção de sua diversidade genética.
O estudo recebeu apoio adicional da FAPESP por meio de diversos auxílios e bolsas. O artigo completo pode ser acessado em: www.pnas.org/cgi/doi/10.1073/pnas.2321068121
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