GEO Brasil 2025 revela nova radiografia ambiental do país


O lançamento do GEO Brasil 2025, marcado para esta terça-feira, 18 de novembro, às 15 horas, no Pavilhão da ONU na Blue Zone da COP30, em Belém, chega como um momento-chave para compreender em profundidade a situação ambiental do país. A nova edição do relatório — elaborada em parceria entre o Ministério do Meio Ambiente, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), a Fundação Getulio Vargas (FGV) e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) — consolida mais de duas décadas de dados, análises e tendências que ajudam a interpretar o território brasileiro em um momento decisivo da agenda climática global.

Divulgação - FGV

O documento se destaca por reunir, em um mesmo arcabouço, múltiplas dimensões que há anos influenciam a estabilidade ambiental do país: o avanço das pressões sobre os biomas, as mudanças observadas no clima e na qualidade da água, os impactos silenciosos e persistentes da poluição do ar e as transformações no comportamento dos setores produtivos. É uma espécie de radiografia ampliada, que vai além da constatação dos problemas e projeta caminhos possíveis para uma transição justa e orientada pela natureza.

Um dos aspectos mais instigantes do relatório é sua capacidade de combinar rigor técnico com uma leitura sobre desigualdades regionais. Em vez de tratar o Brasil como um bloco uniforme, o GEO Brasil 2025 mostra que a vulnerabilidade ambiental se distribui de maneira desigual e profundamente marcada por realidades sociais, territoriais e econômicas distintas. Enquanto alguns biomas enfrentam pressões agudas — seja pelo avanço desordenado da fronteira produtiva, seja pelas mudanças no regime de chuvas —, outros ainda possuem margens para recuperação, desde que a governança ambiental avance em um ritmo compatível com os desafios.

A poluição do ar, muitas vezes tratada como um tema restrito aos grandes centros urbanos, ganha destaque como um fator de risco que se entrelaça com questões de saúde pública e produtividade econômica. O relatório evidencia que não se trata apenas de um problema atmosférico, mas de uma força que altera padrões de vida, pressiona sistemas de saúde e agrava injustiças ambientais. A água, por sua vez, surge como elemento transversal: sua qualidade e disponibilidade influenciam tanto a biodiversidade quanto o futuro dos setores produtivos, especialmente aqueles dependentes de estabilidade climática.

O evento de lançamento reunirá representantes das quatro instituições responsáveis pela produção do relatório, além de especialistas convidados que irão dialogar sobre os achados mais estratégicos. A expectativa é que a apresentação vá além da leitura técnica e abra espaço para discutir como essas evidências podem orientar políticas públicas, fortalecer instrumentos de governança e acelerar ações climáticas em níveis nacional e subnacional. Em uma COP marcada pela urgência e pela disputa por soluções concretas, o GEO Brasil 2025 se oferece como bússola: não aponta um único caminho, mas oferece um panorama sólido para escolhas informadas.

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A avaliação também lança luz sobre oportunidades. Em meio às pressões crescentes e às desigualdades persistentes, surgem novas frentes para a transformação verde — setores produtivos em transição, cadeias de valor mais limpas, instrumentos financeiros que incorporam riscos climáticos e práticas capazes de gerar emprego e renda sem expandir a devastação ambiental. Esses elementos reforçam a ideia de que a transição ecológica não é apenas uma exigência global, mas uma chance de redefinir a economia brasileira em bases mais resilientes e inclusivas.

O lançamento do GEO Brasil 2025, portanto, não é apenas o anúncio de um relatório. É a convocação para um debate ampliado sobre como o Brasil lê sua própria realidade ambiental e como pretende se posicionar diante dos desafios que se intensificam. Na COP30, diante da comunidade internacional, o país terá a oportunidade de mostrar que conhece suas fragilidades, reconhece suas responsabilidades e enxerga, nas soluções baseadas na natureza, um caminho viável para conciliar desenvolvimento e proteção ambiental.

As inscrições para acompanhar o evento estão disponíveis em https://forms.gle/SSjZFUrzaqJvVxU7A. A atividade acontece no UN Pavilion da Blue Zone da COP30, em Belém.