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Amazonas Seleciona Projetos de Carbono em Grande Escala

Projetos de carbono no Amazonas

Em uma iniciativa pioneira, o governo do Amazonas selecionou cinco empresas para desenvolver projetos de carbono em uma área de 11,9 milhões de hectares de terras públicas. Este projeto, o maior já realizado por uma entidade pública, inclui 21 unidades de conservação e será executado pelas empresas BrCarbon, Carbonext, Ecosecurities, Future Carbon e Permian Serviços Ambientais.

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Preservação da floresta

O foco é a implementação de iniciativas REDD+, que visam a preservação da floresta, com a expectativa de gerar 163 milhões de créditos de CO2, equivalentes a uma tonelada de carbono não emitida por desmatamento evitado. Os contratos, com duração de 30 anos, delegam às empresas a responsabilidade pela elaboração, monitoramento, certificação e venda dos créditos de carbono.

Carbonext

Janaina Dallan, CEO da Carbonext, destaca a expertise do setor privado em projetos REDD+, ressaltando a qualificação da mão-de-obra e o uso de tecnologia avançada para monitoramento via satélite. As empresas reterão 15% das receitas, enquanto o Estado receberá 85%, com metade dos fundos governamentais destinados às áreas geradoras dos créditos e a outra metade ao Fundo Estadual de Mudanças Climáticas (Femucs), que apoia a gestão ambiental e o programa Guardiões da Floresta.

A seleção das empresas foi baseada em critérios técnicos, com ênfase na experiência e na qualidade das propostas de projeto. As empresas também deverão obter o consentimento das populações locais e realizar auditorias e certificações necessárias.

David Escaquete, diretor comercial da BrCarbon, menciona os desafios e riscos do processo de inscrição, bem como a divisão de recursos menos vantajosa em comparação com projetos em propriedades privadas. No entanto, as vantagens incluem a segurança jurídica das terras estatais e o potencial de geração de créditos devido à escala das áreas.

David Escaquete, diretor comercial da BrCarbon

Retomada dos créditos de carbono

Após um período de crise no mercado de compensações voluntárias, há uma expectativa de retomada, impulsionada por iniciativas que buscam maior integridade dos créditos e pelo envolvimento de entidades como o Banco Mundial. Para enfrentar a escassez de especialistas no setor, a BrCarbon lançou a Universidade do Carbono, um curso de 18 meses desenvolvido em parceria com o Instituto Pecege.

O processo para a geração dos primeiros créditos de carbono incluirá consultas às populações locais e investimentos significativos. O governo do Amazonas prevê benefícios diretos para 8.050 famílias de 483 comunidades, com foco no impacto positivo das mudanças climáticas e na capacitação profissional.

Preservação da floresta no Amazonas

Este projeto representa um passo significativo para o Amazonas, alinhando conservação ambiental com desenvolvimento econômico e social, e estabelecendo um modelo para futuras iniciativas de carbono.

Redação Revista Amazônia

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