Projetos de carbono no Amazonas
Em uma iniciativa pioneira, o governo do Amazonas selecionou cinco empresas para desenvolver projetos de carbono em uma área de 11,9 milhões de hectares de terras públicas. Este projeto, o maior já realizado por uma entidade pública, inclui 21 unidades de conservação e será executado pelas empresas BrCarbon, Carbonext, Ecosecurities, Future Carbon e Permian Serviços Ambientais.
Preservação da floresta
O foco é a implementação de iniciativas REDD+, que visam a preservação da floresta, com a expectativa de gerar 163 milhões de créditos de CO2, equivalentes a uma tonelada de carbono não emitida por desmatamento evitado. Os contratos, com duração de 30 anos, delegam às empresas a responsabilidade pela elaboração, monitoramento, certificação e venda dos créditos de carbono.
![resgate de carbono](https://revistaamazonia.com.br/wp-content/uploads/2024/05/Captura-de-tela-2024-05-14-173621-300x166.jpg)
Janaina Dallan, CEO da Carbonext, destaca a expertise do setor privado em projetos REDD+, ressaltando a qualificação da mão-de-obra e o uso de tecnologia avançada para monitoramento via satélite. As empresas reterão 15% das receitas, enquanto o Estado receberá 85%, com metade dos fundos governamentais destinados às áreas geradoras dos créditos e a outra metade ao Fundo Estadual de Mudanças Climáticas (Femucs), que apoia a gestão ambiental e o programa Guardiões da Floresta.
A seleção das empresas foi baseada em critérios técnicos, com ênfase na experiência e na qualidade das propostas de projeto. As empresas também deverão obter o consentimento das populações locais e realizar auditorias e certificações necessárias.
David Escaquete, diretor comercial da BrCarbon, menciona os desafios e riscos do processo de inscrição, bem como a divisão de recursos menos vantajosa em comparação com projetos em propriedades privadas. No entanto, as vantagens incluem a segurança jurídica das terras estatais e o potencial de geração de créditos devido à escala das áreas.
![carbono verde](https://revistaamazonia.com.br/wp-content/uploads/2024/05/Captura-de-tela-2024-05-14-175945-288x300.jpg)
Retomada dos créditos de carbono
Após um período de crise no mercado de compensações voluntárias, há uma expectativa de retomada, impulsionada por iniciativas que buscam maior integridade dos créditos e pelo envolvimento de entidades como o Banco Mundial. Para enfrentar a escassez de especialistas no setor, a BrCarbon lançou a Universidade do Carbono, um curso de 18 meses desenvolvido em parceria com o Instituto Pecege.
O processo para a geração dos primeiros créditos de carbono incluirá consultas às populações locais e investimentos significativos. O governo do Amazonas prevê benefícios diretos para 8.050 famílias de 483 comunidades, com foco no impacto positivo das mudanças climáticas e na capacitação profissional.
![Projeto](https://revistaamazonia.com.br/wp-content/uploads/2024/05/Floresta-amazonas-300x169.jpg)
Este projeto representa um passo significativo para o Amazonas, alinhando conservação ambiental com desenvolvimento econômico e social, e estabelecendo um modelo para futuras iniciativas de carbono.