Durante o Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, o Governo Federal brasileiro, representado pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, discutiu as principais prioridades e desafios da transição energética global. A participação do ministro faz parte da agenda internacional do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que visa reforçar a posição do Brasil como líder em energia limpa e sustentabilidade.
Brasil na vanguarda da transição energética
Silveira enfatizou que o Brasil está totalmente preparado para receber investimentos em energia renovável, destacando a segurança jurídica e regulatória garantida pelos marcos legais recentemente aprovados, como as leis do Hidrogênio, das Eólicas Offshore e do Combustível do Futuro. “Estamos na vanguarda da transição energética, prontos para receber esses investimentos e com a segurança necessária para garantir sua implementação”, afirmou o ministro.
O Brasil se destaca por sua liderança na transição energética, em um momento onde o setor elétrico mundial enfrenta desafios impulsionados por fatores geopolíticos e um ambiente econômico instável. Silveira detalhou que, no governo atual, foram leiloados projetos de transição que resultaram em R$ 60 bilhões em investimentos para fortalecer o Sistema Integrado Nacional de energia elétrica.
Modernização do setor de distribuição de energia
Outro ponto crucial abordado foi a modernização do setor de distribuição de energia, com investimentos previstos para dobrar até 2028, chegando a R$ 120 bilhões. Esse processo está sendo impulsionado pelo decreto de 2023, agora em fase de regulamentação pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Além do ministro Silveira, o evento contou com a presença de importantes líderes internacionais, como Marc Ferracci, ministro da Indústria e Energia da França; Sophie Hermans, vice-primeira ministra e ministra da Política Climática e Crescimento Verde dos Países Baixos; e Gurdeep Singh, presidente da NTPC da Índia. Também participaram representantes do setor privado, como Christian Bruch, CEO da Siemens Energy, e Andrés Gluski, CEO da AES.
Lei do Combustível do Futuro em Destaque
Durante o Fórum, a Lei do Combustível do Futuro ganhou destaque internacional. No painel “Environmental Economic Factor – Integrating the Socioeconomic Benefit of Biofuels”, Alexandre Silveira apresentou os avanços do Brasil na descarbonização, mencionando que, em 2024, o país superou a meta de redução de CO2 estabelecida para o ano. O Brasil alcançou a emissão de 42,44 milhões de créditos de carbono, gerando um impacto financeiro de R$ 3,9 bilhões.
A Lei nº 14.993, sancionada em 2024, estabelece uma série de medidas para fomentar a descarbonização e a transição energética no Brasil, com investimentos de R$ 260 bilhões até 2037. A legislação visa aumentar a participação de biocombustíveis na matriz energética nacional, além de promover a descarbonização do setor aéreo com o uso de SAF (combustível sustentável de aviação) e ampliar a produção de biometano.
O impacto econômico dos biocombustíveis foi destacado durante o painel, com Felipe Bottini, diretor de ESG Latin America da Accenture, apontando que cada litro de biodiesel produzido gera quatro vezes mais retorno para a economia brasileira do que o diesel fóssil. Erasmo Batistela, CEO da Be8, também sublinhou a importância dos biocombustíveis para o PIB brasileiro, ressaltando a criação de empregos e a contribuição para a redução das emissões de carbono.
Rumo à Transição Energética
A participação do Brasil no Fórum Econômico Mundial reforçou a visão do país como um ator central na transição energética global. Com a combinação de políticas públicas inovadoras e um compromisso com a sustentabilidade, o Brasil busca consolidar sua posição como líder na implementação de energias limpas, promovendo o desenvolvimento econômico e social enquanto contribui para a mitigação das mudanças climáticas.