Governo estabelece reservas extrativistas no Pará


 

Após uma longa jornada de quase duas décadas, as comunidades tradicionais do litoral nordeste do Pará têm motivos para celebrar. Na quinta-feira (21), o governo assinou os decretos de criação das reservas extrativistas marinhas Filhos do Mangue e Viriandeua, abrangendo juntas cerca de 74 mil hectares de extrema importância socioambiental. Essas unidades de conservação, localizadas na região do Salgado Paraense, desempenharão um papel vital na proteção do maior e mais preservado cinturão contínuo de manguezais do planeta.

Captura de tela 2024 03 28 115851A Reserva Extrativista (Resex) Filhos do Mangue, com aproximadamente 40 mil hectares nos municípios de Primavera, Quatipuru e Salinópolis, abriga cerca de 4 mil famílias. Enquanto isso, a Resex Viriandeua, com cerca de 34 mil hectares em Salinópolis e São João de Pirabas, é o lar de aproximadamente 3.100 famílias.

“Quase 10 mil pessoas serão diretamente beneficiadas por essas novas unidades, resultado de uma luta que perdurou quase 15 anos pela comunidade, com o apoio da Confrem e CNS”, afirma Alan Amorim, ativista socioambiental da Comissão Próresex Viriandeua e Filhos do Mangue. “A defesa dos ecossistemas costeiros torna-se nossa missão, pois representam uma das fontes mais ricas de biodiversidade marinha e estão ameaçados por atividades relacionadas ao desenvolvimento ao longo de cerca de metade das costas do mundo”, acrescenta.

Classificadas como unidades de conservação de uso sustentável, as reservas extrativistas serão geridas em parceria com as comunidades locais, com ênfase no manejo comunitário e na preservação dos manguezais e da biodiversidade.

Os decretos de criação das Reservas Extrativistas Filhos do Mangue e Viriandeua foram publicados no Diário Oficial da União em 22 de março, como parte das celebrações do Dia Internacional das Florestas. Além disso, foi assinado um decreto que reinstaura a Comissão de Gestão de Florestas Públicas (CGFlop). O evento contou com a presença do presidente Lula e de vários ministros, incluindo Marina Silva (Meio Ambiente e Mudanças Climáticas), Sônia Guajajara (Povos Indígenas), Anielle Franco (Igualdade Racial), Rui Costa (Casa Civil), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar), Silvio Almeida (Direitos Humanos e Cidadania), além dos presidentes do Ibama e do ICMBio.


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