A capital paraense sediará neste fim de semana (de 04 a 06 de agosto) o evento “Diálogos Amazônicos”, que foi idealizado pelo governo federal e conta com uma extensa programação de plenárias voltadas a demandas da sociedade civil sobre temas ligados ao meio ambiente e à formulação de estratégias para a região.
Entre as mesas de discussão está a de “Inovação Orientada para Missões para alavancar as Bioeconomias da Amazônia”, organizada pela Iniciativa Amazônia+10 – projeto do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap) que reúne 25 Fundações de Amparo à Pesquisa (FAPs) estaduais para apoiar e financiar a transição para um modelo de desenvolvimento sustentável da Amazônia por meio de ciência, tecnologia e inovação (CT&I).
Uma das linhas de atuação da Iniciativa Amazônia+10 é o programa Desafios da Amazônia, que visa coordenar esforços multidisciplinares de pesquisa, de desenvolvimento tecnológico e de inovação na resolução de problemas concretos vivenciados na região da Amazônia Legal.
A mesa-redonda será realizada na sexta-feira, entre 16h e 18h, com a participação de convidados de diferentes perfis – incluindo academia, governo, terceiro setor e comunidades tradicionais – para discutir como a inovação orientada por missões pode mobilizar recursos de CT&I para o adensamento e a qualificação das cadeias produtivas ligadas a produtos e serviços das bioeconomias na Amazônia.
Os participantes serão Raquel Tupinambá, coordenadora do Conselho indígena Tupinambá do baixo Tapajós Amazônia (Citupi); Paulo Simonetti, líder da iniciativa estratégica Inovação e Bioeconomia do Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam); Andre Wongtschowski, gerente de Operações da World-Transforming Technologies (WTT), uma fundação dedicada a promover a inovação como ferramenta para a superação de desafios sociais e ambientais; e Judson Ferreira Valentim, do Centro de Pesquisa Agroflorestal do Acre, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). A mediação será feita por Marcel do Nascimento Botelho, diretor-presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Pará (Fapespa).
O grupo debaterá o potencial de usar inovação orientada por missões para estruturar o financiamento à pesquisa e ao desenvolvimento (P&D) na região.
Políticas de inovação orientadas por missões consistem em uma combinação de diferentes instrumentos de políticas públicas que buscam aplicar conhecimento científico e tecnologias inovadoras na resolução de grandes desafios públicos e sociais. Uma missão possui uma meta clara, ambiciosa, mensurável e com um prazo delimitado. O aspecto central da inovação orientada por missões é que o ponto de partida é o impacto que será gerado. É a partir dele que é estabelecida a missão, e a partir daí são estruturados os instrumentos e formas de apoio para que pesquisadores e empresas inovadoras direcionem os esforços de produção científica e tecnológica para resolver um problema complexo, de interesse público.
O debate será pautado por três perguntas: Como identificar necessidades de inovação e gargalos tecnológicos nas cadeias produtivas da bioeconomia amazônica? Como financiar e desenvolver soluções para responder a essas necessidades dentro do ecossistema de CT&I da Amazônia Legal? E, por fim, como disseminar e apoiar a adoção dessas soluções em escala?
A ideia é que as discussões de cada plenária resultem em cartas temáticas, que serão levadas à Cúpula da Amazônia, evento que acontece na sequência, nos dias 8 e 9 deste mês em Belém, e que reunirá representantes de países-membros da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) – Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela – e também outros chefes de Estados.
O evento será realizado no Hangar Centro de Convenções, av. Dr. Freitas, s/n – Marco, Belém (PA).
Mais informações em: www.gov.br/secretariageral/pt-br/assuntos/dialogosamazonicos.