O DEFSHACK – Hackathon Educacional Sustentável, que abre nesta quinta-feira (11), chega como um movimento que combina educação, ciência e consciência ambiental em uma mesma trilha formativa. A iniciativa é promovida pelo Instituto Estadual de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (Iema), pela Defensoria Pública do Estado do Maranhão (DPE-MA) e pela Kadoo Academy, startup maranhense especializada em educação e empreendedorismo jovem.

A proposta envolve estudantes dos Iemas Plenos Bacelar Portela, Desembargador Sarney e Tamancão, que participarão de um percurso de criação coletiva orientado para o uso de resíduos eletroeletrônicos como matéria-prima para soluções tecnológicas. Num cenário em que o lixo eletrônico cresce em escala global, o projeto busca transformar o desafio ambiental em oportunidade educativa, mostrando que inovação também é a capacidade de reconstruir a relação com os materiais descartados.
O hackathon se baseia em um princípio simples: desenvolver tecnologia não é apenas projetar o novo, mas também regenerar o que a sociedade já perdeu de vista. Ao trabalhar diretamente com o que normalmente seria descartado, os estudantes entram em contato com a lógica da economia circular e com a responsabilidade socioambiental que acompanha a inovação contemporânea.
Economia circular como prática e experiência de aprendizagem
O DEFSHACK foi planejado para ser mais do que uma competição. Ele funciona como um laboratório vivo em que os alunos podem experimentar, errar, reaprender e reinventar. O cronograma inclui mentorias com especialistas, oficinas de prototipagem, atividades focadas em metodologias criativas e momentos de fortalecimento do pensamento crítico.
O design thinking, a cultura maker e a inovação aberta são incorporados como ferramentas que ajudam os estudantes a observar seus territórios, entender problemas concretos e criar soluções que dialogam com essas realidades. A manipulação de peças eletrônicas descartadas — placas, fios, carcaças, sensores — aproxima os jovens do funcionamento íntimo dos equipamentos que fazem parte do cotidiano, permitindo que compreendam o potencial oculto por trás do que se considera lixo.
Essa abordagem transforma o ato de aprender em descoberta. Os alunos deixam de ser apenas usuários de tecnologia e passam a ocupar o papel de produtores e analistas de sistemas. Mais do que absorver conteúdos, eles são provocados a construir caminhos, testar hipóteses e aprimorar suas criações com base em sua observação do mundo.

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Soluções que conectam impacto social, território e tradição
O caráter criativo do DEFSHACK pode ser visto na diversidade de propostas que surgem em cada edição. Neste ciclo, há desde sistemas hidropônicos feitos com peças reaproveitadas até robôs coletores de resíduos para atuar em praias e áreas costeiras. Jogos educativos sobre descarte correto, boias de monitoramento ambiental e dispositivos automatizados para abastecimento hídrico em comunidades vulneráveis são outras soluções que refletem a preocupação dos jovens com questões sociais urgentes.
Projetos como o Bumba Tech, que integra tecnologia e elementos da cultura maranhense, mostram como o território pode inspirar inovação. Ao reconhecer sua própria identidade como fonte criativa, os estudantes ampliam o significado do que constroem e atribuem às suas propostas valor simbólico e pertencimento.
O Demo Day, também marcado para quinta-feira, será o momento em que essas ideias ganham palco. As equipes apresentam protótipos a uma banca avaliadora, concorrendo em categorias que valorizam práticas de consumo consciente e impacto comunitário. O formato reforça o objetivo principal: transformar conhecimento em ação.
Educação como vetor de transformação ambiental e social
Ao unir o Iema, a DPE-MA e a Kadoo Academy, o DEFSHACK demonstra que iniciativas educacionais podem ganhar escala quando conectam escola, instituições públicas e ecossistema de inovação. A proposta estimula uma geração de estudantes a compreender que sustentabilidade e tecnologia não são temas distantes, mas dimensões interligadas de um futuro comum.
A intenção dos organizadores é consolidar o hackathon como referência em práticas de inovação sustentável no Maranhão, criando um ambiente que estimule continuidade, colaboração e formação de jovens protagonistas. O início das atividades nesta quinta-feira marca o ponto de partida de uma jornada que coloca os estudantes como agentes da mudança — capazes de transformar resíduos em soluções, ideias em projetos e consciência ambiental em impacto real.









































