Uma onda recorde de incêndios florestais, alimentada por uma seca severa ligada às mudanças climáticas e ao desmatamento, está causando estragos na América do Sul.
Os incêndios mataram pelo menos 30 pessoas, deixaram cidades envoltas em fumaça tóxica e causaram milhões de dólares em perdas econômicas.
Esta temporada de incêndios é “completamente diferente” daquela que devastou florestas no Brasil, Peru e Bolívia em 2019, de acordo com a ambientalista brasileira Erika Berenguer, pesquisadora da Universidade de Oxford. Na época, a chuva ajudou a apagar os incêndios, que no Brasil foram iniciados principalmente por fazendeiros que se aproveitavam da legislação frouxa do então presidente de extrema direita Jair Bolsonaro para limpar terras para plantações e pecuária.
Berenguer culpou as mudanças climáticas por tornar a Amazônia “altamente inflamável”.
Entre 1º de janeiro e 26 de setembro, mais de 400.000 incêndios foram registrados na América do Sul, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
“Em nove meses já superamos o número de surtos registrados em todo o ano de 2023”, destacou Berenguer.
Uma dúzia de bombeiros morreram em serviço, de acordo com a mídia local.
No Equador, o prefeito da capital Quito declarou esta semana que a cidade andina estava “sob ataque” de 27 incêndios que forçaram a evacuação de mais de 100 famílias antes de serem controlados.
O Equador declarou emergência em várias províncias, assim como o Peru, onde 21 pessoas foram mortas por incêndios desde julho. A maioria era de pequenos agricultores.
Vários incêndios também estão ocorrendo na Argentina e na Colômbia, em extremos opostos do continente.
Especialistas e autoridades nacionais apontam para uma combinação de fatores combustíveis, principalmente secas agravadas pelas mudanças climáticas e agricultura de corte e queima.
“É um exemplo claro de mudança climática. Se alguém pensou que não existia, bem, olhe, aqui está”, disse a ministra do Meio Ambiente do Equador, Ines Manzano.No Peru e na Bolívia, acredita-se que alguns dos incêndios tenham sido iniciados por fazendeiros que queimaram terras para torná-las mais férteis para o plantio, uma prática tradicional nos países andinos que é tolerada pelas autoridades.
Na Amazônia brasileira, os incêndios provocados tanto por agricultores de subsistência quanto pela indústria do agronegócio para limpar a floresta para criação de gado ou plantações foram alimentados pela pior seca da história recente do país.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que prometeu acabar com o desmatamento ilegal na Amazônia até 2030, considera que a maioria dos incêndios tem origem “criminosa”.
Em alguns lugares, os incêndios são iniciados por incendiários.
Uma pessoa foi presa em Quito e dezenas na Argentina e no Brasil por suspeita de iniciar incêndios maliciosamente.
Os incêndios reduziram drasticamente a qualidade do ar em várias cidades.
São Paulo, a maior cidade da América Latina, foi classificada como a cidade mais poluída do mundo no início de setembro, segundo a empresa suíça IQAir.
Uma grande parte do Brasil continua envolta em fumaça acre que chegou ao sul, até Montevidéu e Buenos Aires, no início deste mês, causando um fenômeno conhecido como “chuva negra”.
No Equador, quase 45.000 animais de fazenda morreram depois de mais de dois meses sem chuva.
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