OMinistério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e a Confederação Nacional da Indústria (CNI) coordenarão o grupo de trabalho sobre inventários organizacionais. A agenda para o novo ciclo de atividades tem foco em capacitação, preparando as empresas para o exercício de mensuração de emissões de gases de efeito estufa e utilização da plataforma SIRENE Organizacionais. O grupo de trabalho foi reinstalado nesta terça-feira (5), em Brasília, durante a sessão do Comitê Técnico da Indústria de Baixo Carbono.
O SIRENE Organizacionais é um módulo do Sistema de Registro Nacional de Emissões, que foi instituído por decreto em 2017 e que reúne as informações oficiais do Brasil sobre emissões e remoções de gases de efeito estufa (GEE). A perspectiva é que o novo módulo seja lançado até o final do ano.
A concretização de uma plataforma em âmbito federal é um passo relevante também para que as empresas se preparem para atuar em um futuro mercado de carbono. A estruturação do sistema demandará bases técnicas e de dados que atendam metodologias internacionalmente reconhecidas e apresentem informações íntegras.
Ao explicar as atividades do grupo de trabalho, o coordenador-geral de Ciência do Clima do MCTI, Márcio Rojas, destacou que, durante o desenvolvimento da plataforma, houve a preocupação com bases de dados para mercado de carbono. “Teremos condições de adequar a plataforma com agilidade. Da nossa parte, estamos preparados para lidar com os desafios que possam surgir e fundamentalmente nos colocar à disposição com a melhor ciência disponível para atender as demandas”, afirmou.
Na avaliação do secretário de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Rodrigo Rollemberg, a atuação do grupo de trabalho para inventários organizacionais e a nova plataforma têm um papel importante. “Será fundamental para o país e também para o mercado de carbono”, ressaltou.
Na mesma perspectiva, o gerente-executivo de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI, Davi Bontempo, destacou a relevância da agenda. “É uma pauta importante quando se avizinha o mercado de carbono”, disse.
Representantes de instituições destacaram a importância dos inventários organizacionais para estabelecer planos e metas setoriais de redução de emissões. Cláudia Dias, do Instituto de Mineração do Brasil (Ibram), informou que os trabalhos desenvolvidos no grupo técnico auxiliaram a instituição a desenvolver seus inventários organizacionais. “Auxiliou no desenvolvimento do plano de mineração de baixo carbono”, relatou.
Ciclos
Nos quatro ciclos anteriores, o grupo de trabalho sobre inventários organizacionais se debruçou sobre questões metodológicas, verificação e submissão, além de ferramentas de TI para o desenvolvimento da plataforma pública de relato de GEE. Participaram das atividades diversos ministérios, associações e empresas, secretarias e agências subnacionais, entre outras iniciativas, como o CDP e WRI. O diálogo interinstitucional foi fundamental para contemplar as demandas e as percepções de diferentes atores para a construção do novo módulo para que as empresas possam efetivamente enviar seus relatórios.