Ministério da Saúde amplia telessaúde no SUS beneficiando 3 milhões de brasileiros no Pará e Amazonas

Autor: Redação Revista Amazônia

O Ministério da Saúde vai ampliar o acesso à telessaúde em dez municípios dos estados do Pará e Amazonas. A estratégia começa a partir da inauguração da Infovia 01 do Governo Federal – infraestrutura de fibra óptica que levará conectividade para cerca de 3 milhões de brasileiros. Com a nova conexão, será possível expandir os atendimentos para atenção especializada no SUS, como teleconsulta e telediagnóstico para os municípios mais remotos, reduzindo as barreiras geográficas e assegurando o acesso integral à saúde desta população. O anúncio será feito nesta segunda-feira (7) pelo presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, e o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, em Santarém (PA).

Para Nísia Trindade, a Infovia é um marco da conectividade com maior velocidade e qualidade a serviço da saúde. “Quando nós falamos de transição digital, falamos, hoje, de inclusão digital, para levar acesso à internet àquelas pessoas que não tem. Com isso, será possível conectar as Unidades Básicas de Saúde da região, fortalecendo, assim, o trabalho da Atenção Primária”, ressaltou.

A Infovia 01 liga Santarém (PA) a Manaus (AM) por meio de 1,1 km de cabo de fibra óptica instalado no leito dos rios amazônicos. Assim, os dez municípios que ficam nessa região poderão ser beneficiados com as novas ações de telessaúde, especialmente para atendimento especializado nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). São eles: Curuá, Óbidos, Oriximiná, Juruti e Terra Santa, no Pará; e Parintins, Urucurituba, Itacoatiara e Autazes, no Amazonas. O Ministério da Saúde, em diálogo com esses municípios, trabalha para garantir a estrutura necessária nas unidades de saúde, como a informatização e interoperabilidade de sistemas de informação do SUS. 

A expansão da telessaúde, focada em garantir atendimento especializado nos locais de difícil acesso, é prioridade do Ministério da Saúde. Por meio da consulta de um especialista à distância e com o uso do telediagnóstico, por exemplo, o tratamento dos pacientes será mais resolutivo. Nas regiões dos estados do Amazonas e Pará, o tempo médio de deslocamento para atendimento médico especializado pode chegar a 24 horas de barco e chega a gerar um custo de até R$ 80 mil por trecho quando feito de avião. A expansão da saúde digital é essencial para superar esses desafios geográficos. 

Com a nova conexão, os municípios que já contavam com a internet via satélite terão melhor conectividade a partir de agora, permitindo, por exemplo, o envio de imagens em alta resolução, fundamental para a análise dos exames de pelos especialistas. O município de Urucurituba, no interior do Amazonas, já realizou mais de 50 teleconsultas com a conexão gerada pela Infovia 01 em menos de um mês. É a primeira vez que os cerca de 20 mil habitantes do local têm contato com os atendimentos por telessaúde. 

Navio Hospital Escola Abaré 

Na agenda desta segunda (7), o presidente Lula e a ministra Nísia Trindade visitam o Navio Hospital Escola Abaré, a primeira Unidade Básica de Saúde Fluvial do país. A embarcação, gerida pela Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) em parceria com o Ministério da Saúde e municípios do Pará, realiza atendimentos clínicos e odontológicos para comunidades ribeirinhas do rio Tapajós e terá um Ponto de Inclusão Digital (PID) para atendimentos de telessaúde. 

O navio realiza no mínimo 6 expedições por ano, com duração aproximada de 20 dias, atendendo cerca de 20 mil usuários ribeirinhos por ano. São ofertados serviços especializados como exames de ultrassonografia, consultas em pediatria, ginecologia, dermatologia e psiquiatria. 

Parintis conectada 

A cidade de Parintins (AM) foi o primeiro município do país a receber um núcleo de telessaúde, em 2006. Em 2014, o Programa Telessaúde Brasil Redes, responsável pela criação do núcleo amazonense, foi reconhecido como modelo de sucesso pela Organização Pan Americana de Saúde (OPAS) e considerado exemplo a ser seguido pelos países da região das Américas para levar saúde às áreas de difícil acesso. Hoje, 17 anos depois do primeiro ponto de telessaúde na região, essa ampliação beneficiará pelo menos 2,8 milhões de pessoas, e proporcionará benefícios às populações ribeirinhas, aos povos originários e a residentes em geral de áreas rurais remotas da região, que enfrentam desafios geográficos e financeiros em busca do atendimento de saúde. 

Expansão da telessaúde 

A Telessaúde tem como finalidade a expansão e melhoria da rede de serviços de saúde, sobretudo da Atenção Primária à Saúde (APS), reduzir tempo de espera para atendimentos ou diagnósticos especializados evitar os deslocamentos desnecessários de pacientes e profissionais de saúde. Entre os serviços oferecidos estão a teleconsulta, teleinterconsulta, teletriagem, teleconsultoria, telediagnóstico, telemonitoramento, telerregulação e teleducação. Da criação do programa em 2006 até 2016, o Brasil chegou a ter 64 núcleos de telessaúde no país, em todos os estados. 

Após a falta de investimento e de gestão do último governo, vários foram fechados e esse número caiu para 13 núcleos em 12 estados. Neste ano, dos mais de 950 mil telediagnósticos previstos para serem feitos neste ano, já foi atingido o percentual de 78,4%, o que representa 616.893 diagnósticos. 

Programa Norte Conectado

A Infovia 01 faz parte do programa Norte Conectado e está ligando Santarém (PA) a Manaus (AM) por meio de 1,1 km de cabo de fibra óptica implantado no leito dos rios amazônicos. Esta Infovia também leva conectividade para as cidades de Curuá, Óbidos, Oriximiná, Juruti e Terra Santa, no Pará; e Parintins, Urucurituba, Itacoatiara e Autazes, no Amazonas. O Programa conta, no total, com oito infovias que irão atender 59 municípios nos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia e Roraima. 

Fortalecimento do SUS no Amazonas e Pará

Uma das estratégias do governo federal para fortalecer o SUS é a ampliação do Mais Médicos. O programa foi reforçado com criação de 15 mil novas vagas. Mais de 3,6 mil profissionais já começaram a atuar este ano em 2 mil municípios. No Amazonas, 174 médicos selecionados no primeiro edital de 2023 já estão em atividade. Já no Pará, 291 médicos selecionados no primeiro edital já estão atuando. 

O Ministério da Saúde também destinou mais de R$ 4 milhões para o estado amazonense para as ações de redução de filas para cirurgias eletivas e outros R$ 8 millhões para os paraenses. Nos dois estados também foram investidos recursos para ações de microplanejamento de vacinação, com antecipação de ações no Amazonas. O Ministério da Saúde também ampliou a assistência farmacêutica nos dois estados. No Amazonas, pelo menos 51 novos municípios foram habilitados com o programa, totalizando 62 cidades com credenciamento de farmácias. No Pará, 71 novos municípios poderão ser atendidos com o programa. 


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