Uma missão visionária liderada por empresários e especialistas paraenses cruzou fronteiras rumo à Colômbia, entre os dias 17 e 22 de março, em busca de inovações que possam revolucionar a indústria do açaí na região amazônica do Brasil, especialmente no Estado do Pará. Sob a liderança de Reinaldo Pinto dos Santos, CEO da Açai KAA, e Manoel Luiz da Silva Rendeiro, Diretor da Sedap (Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuária e da Pesca) do Pará, a comitiva explorou tecnologias de transporte e cultivo de açaí, com destaque para o uso de cabovias, em uma jornada que promete ampliar significativamente a produção do “ouro roxo” brasileiro.
“Estamos em busca de soluções que possam revolucionar a extração e o transporte do açaí na Amazônia. Cerca de 90% dos frutos que a natureza nos oferece não são aproveitados devido à falta de acesso,” ressaltou Reinaldo Santos. A visita contemplou empresas e fazendas em Bogotá, Puerto Asis e Mocoa, onde os empresários puderam explorar de perto o potencial das cabovias para superar os desafios logísticos enfrentados pela produção brasileira de açaí.
Em Bogotá, a comitiva foi recebida na empresa CorpoCampo, onde trocaram ideias e discutiram possíveis parcerias estratégicas com o proprietário Edgar Montenegro. Já em Puerto Asis, visitaram as instalações da CorpoCampo, que processa açaí para mercados internacionais, e se impressionaram com a simplicidade e eficiência das cabovias locais, uma tecnologia que já vem sendo utilizada com sucesso em Mocajuba, no Pará, pela empresa Xingu Fruit.
Além das questões comerciais, a visita teve um caráter acadêmico e colaborativo, com a exploração de uma possível nova variedade de açaí, a Euterpe oleracea cuatrecaseana, que promete aumentar a produtividade dos palmeirais amazônicos. A cooperação com instituições de pesquisa como a EMBRAPA e a colombiana AGROSABIAS visa aprimorar as técnicas de manejo e cultivo dessa espécie.
“A troca de conhecimentos entre Brasil e Colômbia é essencial para o progresso mútuo na cultura do açaí,” enfatizou Santos durante uma reunião com o governador de Putumayo, que expressou interesse em diversificar a economia local, historicamente dependente do cultivo de coca, por meio do cultivo de açaí.
Essa jornada não apenas reforçou as possibilidades de cooperação internacional, mas também ressaltou a importância de implementar tecnologias que tornem a colheita do açaí mais eficiente e sustentável, prometendo um futuro mais próspero para os habitantes ribeirinhos da Amazônia brasileira.
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