Estudo revela que mulheres poluem significativamente menos que homens na França

Diferenças nos hábitos de consumo, especialmente em alimentação e transporte, explicam emissão 26% menor de CO₂ por parte das mulheres, segundo estudo da London School of Economics.

Autor: Redação Revista Amazônia

Um estudo recente realizado na França com 15 mil participantes apontou que as mulheres emitem, em média, 26% menos dióxido de carbono do que os homens, considerando os setores de alimentação e transporte.

Mulheres deixam pegada de carbono mais leve

A principal explicação está nos hábitos de consumo: elas tendem a consumir menos carne vermelha e a utilizar menos o carro no dia a dia. Enquanto a pegada de carbono anual masculina chega a 5,3 toneladas de CO₂ equivalente (tCO₂e), a das mulheres fica em torno de 3,9 tCO₂e. A pesquisa foi conduzida pelas economistas Ondine Berland e Marion Leroutier, e publicada pela London School of Economics and Political Science (LSE).

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Fonte: Dreamstime

Carne e carro: os vilões da diferença

Os dados mostram que os dois principais fatores por trás da disparidade são o consumo elevado de carne vermelha e a maior dependência do automóvel por parte dos homens. Esses elementos foram mantidos como os principais responsáveis mesmo após a análise considerar variáveis como quantidade de alimentos ingeridos, distâncias percorridas e ocupação profissional.

Segundo as autoras, as normas sociais de gênero desempenham um papel relevante na formação desses padrões. “A associação entre masculinidade e o consumo de carne ou o uso do carro tem impacto direto na pegada de carbono”, afirma Ondine Berland, especialista em Economia Ambiental na LSE.

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Imagem: Pixabay

Cultura e mudanças possíveis

O estudo também alerta para o risco de tendências culturais recentes, como dietas centradas exclusivamente em carne ou movimentos que desvalorizam alimentos de origem vegetal, que podem reforçar padrões de consumo nocivos ao meio ambiente.

Para Marion Leroutier, professora do CREST-ENSAE em Paris, é fundamental repensar essas normas. Ela sugere que políticas públicas voltadas à informação e reeducação alimentar podem ter impacto positivo, como reformular a imagem das dietas à base de plantas para que sejam vistas como compatíveis com força e desempenho físico.

Implicações para a política climática

Além de revelar diferenças marcantes entre os gêneros, o estudo indica que essas distinções são comparáveis às encontradas entre grupos com alta e baixa renda, evidenciando o quanto o comportamento de consumo é determinante para a emissão de carbono.

Outro achado relevante é que mulheres com pegadas de carbono menores tendem a apoiar com mais frequência políticas ambientais, o que pode ter implicações importantes para o desenvolvimento de estratégias de engajamento na luta contra a crise climática.


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