Uma pesquisa conjunta entre a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e o College London (Reino Unido) identificou que a combinação de obesidade abdominal com fraqueza muscular, conhecida como dinapenia, é a condição que mais aumenta o risco de desenvolver síndrome metabólica em indivíduos com mais de 50 anos.
O estudo, baseado em dados do projeto Elsa (Estudo Longitudinal Inglês do Envelhecimento), revelou que pessoas com obesidade abdominal dinapênica têm um risco 234% maior de desenvolver síndrome metabólica em comparação com aquelas sem essas condições. Isso representa quase o dobro do risco encontrado em pessoas com apenas obesidade (126%). O professor Tiago da Silva Alexandre, do Departamento de Gerontologia da UFSCar, enfatiza a importância desses achados para entender as alterações metabólicas associadas ao envelhecimento.
A análise dos dados do Elsa mostrou que a prática de exercícios físicos, tanto aeróbicos quanto resistidos, desempenha um papel crucial na prevenção da síndrome metabólica, destacando a importância de manter a força muscular durante o envelhecimento. A síndrome metabólica, caracterizada por uma combinação de obesidade, elevação dos níveis de triglicérides, hiperglicemia, baixos níveis de HDL (colesterol bom) e aumento da pressão arterial, é um importante fator de risco para doenças cardiovasculares.
O estudo revela que as disfunções no metabolismo muscular, resultantes da infiltração de gordura no músculo, explicam o impacto da fraqueza muscular no risco aumentado de síndrome metabólica. A inflamação causada pela gordura no músculo e as alterações no metabolismo contribuem para a resistência à insulina e outras alterações metabólicas associadas à síndrome metabólica.
Esses achados reforçam a necessidade de abordagens integradas na prevenção e no tratamento da síndrome metabólica, considerando não apenas a obesidade, mas também a saúde muscular. O artigo completo, intitulado “Dynapenic abdominal obesity as a risk factor for metabolic syndrome in individual 50 years of age or older: English Longitudinal Study of Ageing”, pode ser acessado em: [link](www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1279770724002148?via%3Dihub).