O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou, em 6 de janeiro de 2025, a aprovação de um investimento no valor de R$ 10 milhões para o primeiro projeto de reflorestamento estruturado da iniciativa Floresta Viva. O objetivo é restaurar áreas da Caatinga no estado do Ceará, em parceria com o Grupo Heineken. A iniciativa visa a revitalização de 340 hectares localizados na Área de Proteção Ambiental (APA) da Serra da Aratanha e no Parque Estadual das Águas, englobando diversos municípios da região metropolitana de Fortaleza.
Objetivos do Projeto
O projeto tem como principal foco a recuperação da vegetação nas bacias hidrográficas da região, com a finalidade de promover a recarga hídrica de cursos d’água essenciais, como os açudes de Gavião, Riachão e Pacoti, e o Rio Cocó. A restauração florestal dessas áreas visa aumentar a disponibilidade de água e melhorar a qualidade dos recursos hídricos locais, fundamentais para o abastecimento da região.
Além disso, o projeto busca fortalecer o Corredor Ecológico do Rio Pacoti, que abrange importantes áreas de proteção ambiental, como as serras de Baturité e Aratanha, e diversas reservas de proteção, incluindo a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) de Chanceler Edson Queiroz e as terras indígenas Pitaguary e quilombolas de Alto Alegre.
Ações de Apoio e Sustentabilidade
O projeto também prevê o apoio a viveiros de mudas nativas, ampliando a capacidade de produção de plantas para recuperação de áreas degradadas. Uma rede de parcerias será estabelecida entre organizações da sociedade civil, empresas privadas e órgãos públicos, com o intuito de promover a restauração e recuperar as áreas comprometidas.
Além da recuperação ambiental, a iniciativa foca na promoção de atividades sustentáveis que possam gerar renda para as populações locais, como a implementação de sistemas agroflorestais. A proteção de espécies ameaçadas e endêmicas da Caatinga, como o pau-d’arco-roxo e o gato-do-mato-pequeno, também é uma prioridade.
Investimento e Parcerias
O investimento de R$ 10 milhões será compartilhado igualmente entre o BNDES e o Grupo Heineken, com cada um destinando R$ 5 milhões. Os recursos serão geridos pelo Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO), que também será responsável pela supervisão financeira e operacional do projeto. A Fundação Avina, em parceria com o Grupo Heineken e o Instituto Agir Ambiental, executará as ações de restauração e gestão no terreno.
Do total, R$ 8,5 milhões serão destinados às atividades de campo, com o restante sendo usado para certificação de carbono, estudos ambientais e contingências. O projeto tem um prazo de execução de até 48 meses, com possibilidade de extensão.
Compromisso com o Meio Ambiente e a Região
Tereza Campello, diretora Socioambiental do BNDES, destacou que a iniciativa contribui para a segurança hídrica do Ceará, uma das regiões mais afetadas pela seca no Brasil, além de preservar a biodiversidade da Caatinga e apoiar a geração de emprego e renda local. Breno Aguiar de Paula, coordenador de Sustentabilidade do Grupo Heineken, ressaltou a importância de cuidar de um bioma tão singular e essencial para os serviços ambientais da região.
Rosa Lemos de Sá, secretária-geral do FUNBIO, finalizou destacando a conexão entre a restauração da vegetação nativa e a melhoria das condições de vida das populações da Caatinga, ressaltando a importância de uma gestão eficiente para o sucesso do projeto.
Expectativas ambientais do projeto de reflorestamento
Com a implementação deste projeto, espera-se não apenas a recuperação ambiental, mas também o fortalecimento da economia local por meio de práticas sustentáveis, promovendo um futuro mais equilibrado e resiliente para a região.