Recorde de temperatura em várias partes do globo gera alertas sobre ameaças à saúde


A Organização Meteorológica Mundial, OMM, informou que a onda de calor, no Hemisfério Norte, pode elevar as temperaturas acima de 40º C em áreas como América do Norte, Ásia, Norte da África e Mediterrâneo.

O assessor sênior de calor extremo da OMM, John Nairn, alertou que a situação  durará vários dias nesta semana. Em certas áreas, as temperaturas à meia-noite podem rondar dos 30º C, o que é um grande motivo de preocupação.

Mais de 60 mil  mortes em 2022 devido a  ondas de calor 

Ele contou a jornalistas, em Genebra, que as altas temperaturas noturnas são particularmente perigosas para a saúde humana porque o corpo não é capaz de se recuperar do calor contínuo. Isso levaria a um possível aumento de casos de ataques cardíacos e até morte.

A agência da ONU lembra que a máxima europeia foi de 48,8º C, na Sicília, em agosto de 2021. Já o recorde global é de 56,7º C, no Vale da Morte, Califórnia, registrado em julho de 1913.

Clima extremo impacta ecossistemas, economias, agricultura, energia e abastecimento de água.
© Unicef/Juan Haro

No ano passado, mais de 60 mil pessoas morreram na Europa por causa de ondas de calor.

As temperaturas estão disparando no sul dos Estados Unidos, no Mediterrâneo, no norte da África, no Oriente Médio e em alguns países da Ásia, incluindo a China.

Tendência de quebrar recordes nacionais 

Nessas áreas, os serviços meteorológicos e hidrológicos relatam uma série de registros diários e de temperatura que tende a quebrar recordes nacionais.  A confirmação será feita no relatório sobre o Estado do Clima Global da OMM.

Dados preliminares da agência apontam para a continuação da tendência observada em julho, com registros históricos da temperatura média global.

Entre os episódios extremos estão inundações arrasadoras e a perda de vidas em alguns países, incluindo Coreia do Sul, Japão e no nordeste dos Estados Unidos.

O secretário-geral da OMM, Petteri Taalas, destaca que além da grande repercussão na saúde humana, o clima extremo, que está cada vez mais frequente,  impacta ecossistemas, economias, agricultura, energia e abastecimento de água.

Emissões de gases de efeito estufa 

O chefe da agência destaca que esse fato ressalta a crescente urgência de se reduzir as emissões de gases de efeito estufa “o mais rápido e profundamente possível”.

Taalas recomenda mais esforços para ajudar a sociedade a se adaptar à tendencia de aquecimento que se está normalizando.
Ele lembra que previsões e alertas para proteger vidas e meios de subsistência acompanham ações da OMM para que seja cumprida a meta de fazer chegar sistemas de alerta antecipado para todos.