Transmissão do retorno à terra do Boeing Starliner sem sua tripulação


 

A NASA e a Boeing trouxeram à Terra a espaçonave Starliner vazia, na noite de 06 de setembro, semanas após a nave ter sido considerada arriscada demais para transportar astronautas de volta.

Starliner

A Starliner não tripulada foi programada para se desprender da Estação Espacial Internacional (ISS) às 18h04 EDT (19h04 no horário de Brasília), em uma jornada de seis horas que concluiu no White Sands Space Harbor, no Novo México, pouco depois da meia-noite (01h no horário de Brasília).

A NASA transmitiu ao vivo a fase de desacoplamento as 17h45 EDT (18h45 no horário de Brasília), e o pouso da Starliner começou às 22h50 EDT (23h50 no horário de Brasília, ou 3h50 GMT de 7 de setembro). Você pode assistir à transmissão no site da NASA.

O pouso encerrou o Teste de Voo Tripulado da NASA com a Boeing, a primeira tentativa de levar astronautas ao espaço na cápsula Starliner. No entanto, o voo de teste terminou sem a tripulação que originalmente viajou na nave para a órbita.

A Starliner decolou da Estação da Força Espacial de Cabo Canaveral, na Flórida, em 5 de junho, levando os astronautas da NASA Butch Wilmore e Sunita Williams. A espaçonave enfrentou vários problemas inesperados ao longo do caminho, incluindo múltiplos vazamentos de hélio e falhas nos propulsores, antes de acoplar com segurança à ISS em 6 de junho.

Wilmore e Williams deveriam inicialmente permanecer na ISS por apenas oito dias antes de retornarem para casa a bordo da Starliner, mas as tentativas de resolver os problemas da espaçonave se arrastaram por meses. Finalmente, em 24 de agosto, a NASA anunciou em uma coletiva de imprensa que traria a Starliner de volta sem sua tripulação, deixando Williams e Wilmore para retornarem em uma cápsula da SpaceX, não antes de fevereiro de 2025. A viagem espacial planejada de oito dias para os astronautas agora durará pelo menos 240 dias.

“Havia muitas incertezas na previsão sobre os propulsores”, disse Steve Stich, gerente do Programa de Tripulação Comercial da NASA, na coletiva de imprensa de 24 de agosto. “Se tivéssemos uma maneira de prever com precisão o desempenho dos propulsores… acho que teríamos tomado um rumo diferente.”

Embora ainda haja dúvidas sobre a funcionalidade dos propulsores da Starliner, a NASA seguirá com o desacoplamento e a desorbitação da espaçonave conforme planejado. Após se desprender da ISS, a Starliner realizará uma série de queimas de motor para se posicionar corretamente antes de tentar reentrar na atmosfera terrestre. Quando a reentrada for aprovada, a Starliner executará uma queima de desorbitação, com duração de cerca de 60 segundos, para desacelerar a espaçonave o suficiente para que ela atravesse a atmosfera e se dirija ao local de pouso.

Durante a descida, a Starliner ejetará seu módulo de serviço e seus escudos térmicos, permitindo o desdobramento de paraquedas e bolsas infláveis de pouso. No momento do pouso no deserto do Novo México, a Starliner deve estar se movendo a aproximadamente 6,4 km/h, de acordo com a NASA.

A Starliner é a primeira cápsula espacial construída nos Estados Unidos projetada para pousar em terra, em vez de no oceano. Embora a NASA tenha financiado grande parte da missão, a Boeing já gastou cerca de US$ 1,6 bilhão para resolver vários contratempos e problemas técnicos ao longo do caminho.

Boeing e NASA continuarão trabalhando juntas para avaliar os problemas da Starliner após o pouso, mas até o momento, não há novos voos tripulados planejados.


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