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Nível do Rio Negro atinge estabilidade na capital do Amazonas

O nível do Rio Negro em Manaus, Amazonas, está se estabilizando após semanas de vazante, com pequenos aumentos diários, segundo o último Boletim de Monitoramento Hidrológico da Bacia do Rio Amazonas, divulgado pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB). Na segunda-feira (21), a cota do rio alcançou 12,5 metros, embora ainda esteja abaixo da média esperada para o período.

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“Ainda não podemos afirmar que o processo de vazante terminou; é preciso considerar o comportamento da bacia como um todo. O Rio Solimões, por exemplo, mostra sinais de recuperação, com aumento do nível em cidades como Tabatinga e Manacapuru (AM). Também há previsão de chuvas na região para os próximos dias, o que pode influenciar a situação”, explicou a superintendente regional do SGB em Manaus, Jussara Cury. Por outro lado, o Rio Madeira voltou a apresentar queda no nível e o Alto Purus e o Rio São Gabriel da Cachoeira também registraram oscilações recentes.

Recordes de vazante no Rio Negro e outras regiões

Este ano, diversos pontos da Bacia Amazônica registraram recordes de vazante histórica. No dia 12 de outubro, o Rio Negro em Manaus atingiu a marca mais baixa dos últimos 122 anos, com uma cota de 12,26 metros. A situação é semelhante em outras regiões monitoradas, como Tabatinga e Fonte Boa (Solimões), e Porto Velho (Madeira), onde os níveis mínimos superaram registros anteriores, marcando um dos anos mais críticos para o sistema hídrico da Amazônia.

Rio Município Cota mínima em 2024 Data da mínima Recorde anterior
Negro Manaus (AM) 12,26 m 12/10/2024 12,70 m (2023)
Solimões Tabatinga (AM) -2,54 m 26/09/2024 -0,86 m (2010)
Madeira Porto Velho (RO) 0,19 m 11/10/2024 1,10 m (2023)
Amazonas Careiro da Várzea (AM) 0,08 m 06/10/2024 0,30 m (2023)
Amazonas Óbidos (PA) -1,22 m 12/10/2024 -0,93 m (2023)

Suporte aos municípios

Para auxiliar as regiões afetadas pela seca, o SGB disponibiliza aos gestores locais o Sistema de Informações de Águas Subterrâneas (SIAGAS), que permite identificar fontes de abastecimento de água. Além disso, o órgão realiza o mapeamento de áreas com riscos geológicos para apoiar na prevenção de desastres e organização do uso do solo.

Estrutura de monitoramento e cooperação

A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) coordena a Rede Hidrometeorológica Nacional (RHN), da qual cerca de 80% das estações são operadas pelo SGB. Essas estações, tanto telemétricas quanto convencionais, monitoram em tempo real os níveis dos rios e as condições climáticas, fornecendo dados essenciais para a gestão de recursos hídricos, prevenção de desastres e pesquisas ambientais.

Rio Negro na Bacia do Amazonas e estações monitoradas pelo SAH Amazonas.

Essas informações ficam disponíveis para a população e gestores na plataforma SACE, contribuindo para uma melhor gestão hídrica e para a proteção das comunidades afetadas por períodos de cheia e vazante.

Redação Revista Amazônia

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