Pequeno, raro e incrivelmente brilhante, assim é o sapo fluorescente da Serra da Mantiqueira. O sapo-pingo-de-ouro (Brachycephalus rotenbergae), uma das espécies mais fascinantes da fauna brasileira. Nativo da Serra da Mantiqueira, esse minúsculo anfíbio tem atraído a atenção de cientistas e amantes da natureza por conta de uma característica surpreendente: ele brilha sob luz ultravioleta, um fenômeno chamado fluorescência.
Com cerca de 1,5 cm de comprimento, o sapo fluorescente parece saído de um conto mágico. Sua coloração natural é um laranja intenso, que contrasta com o verde profundo da Mata Atlântica. Mas é sob a luz UV que ele revela sua verdadeira excentricidade: uma luminescência verde-amarelada que cobre o corpo inteiro.
Essa fluorescência ainda intriga os pesquisadores. Embora o fenômeno seja mais comum em animais marinhos, é raríssimo em vertebrados terrestres, o que torna o Brachycephalus rotenbergae um caso ainda mais especial.
Esse sapo fluorescente é endêmico da Serra da Mantiqueira, uma região de altitude elevada localizada entre São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Ele habita o chão úmido das florestas montanas, onde folhas em decomposição e galhos criam um microambiente perfeito para sua sobrevivência.
Por ser tão pequeno, o sapo depende de condições muito específicas de umidade, temperatura e vegetação. Isso o torna extremamente sensível a alterações ambientais, como desmatamento e mudanças climáticas.
Além da aparência chamativa, o sapo fluorescente também possui glândulas que liberam toxinas, servindo como defesa contra predadores. Sua cor viva atua como um alerta visual, avisando que ele pode ser perigoso se ingerido — uma estratégia conhecida como aposematismo.
Curiosamente, essa coloração também pode funcionar como forma de comunicação entre indivíduos da mesma espécie, especialmente durante a época de reprodução.
O nome “pingo-de-ouro” faz alusão ao seu tamanho e coloração vibrante.
Ele pertence ao grupo dos braquicefálicos, sapos com corpo compacto e focinho curto.
Sua pele tem pequenas estruturas que refletem a luz, ajudando a amplificar o efeito fluorescente.
Foi identificado como nova espécie apenas em 2021, reforçando como ainda há muito a se descobrir na Mata Atlântica.
O sapo fluorescente da Serra da Mantiqueira é um indicador ecológico. Isso significa que sua presença (ou ausência) pode refletir diretamente a saúde do ecossistema local. Preservar seu habitat é também preservar a biodiversidade da região, que abriga centenas de espécies endêmicas e ameaçadas.
Além disso, sua beleza única e comportamento intrigante mostram o quanto a natureza ainda guarda segredos que a ciência começa apenas a desvendar.
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