Por meio de iniciativas que unem economia, cultura e conservação ambiental, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Clima e Sustentabilidade (Semas) reafirmou o protagonismo do Pará na construção de um novo modelo de desenvolvimento sustentável. Em parceria com a Associação dos Negócios da Sociobioeconomia da Amazônia (Assobio), a secretaria lançou, no fim de outubro, a Vitrine da Bioeconomia e a Rota da Bioeconomia, dois projetos que simbolizam a força da floresta viva como vetor de inovação, renda e identidade.

O evento de lançamento, realizado no Solar da Beira e no Porto Futuro, reuniu representantes do governo, empreendedores e parceiros institucionais para celebrar os avanços da agenda da bioeconomia no Estado. Mais do que um encontro de políticas públicas, o evento apresentou ao público o resultado de uma construção coletiva que vem transformando o modo como o Pará enxerga sua relação com os recursos naturais e com as comunidades que vivem deles.
A Vitrine da Bioeconomia, instalada no Porto Futuro, reúne alimentos, bebidas, cosméticos, moda e artesanato produzidos de forma sustentável. O espaço funciona como um mercado vivo da sociobiodiversidade amazônica, convidando moradores e visitantes a conhecer e adquirir produtos que representam a força criativa dos territórios paraenses. Já a Rota da Bioeconomia propõe experiências turísticas integradas, conectando história, cultura e produção sustentável. Cada roteiro valoriza as cadeias produtivas locais, a hospitalidade das comunidades tradicionais e o papel da floresta como fonte de vida e prosperidade.
A secretária-adjunta de Bioeconomia da Semas, Camille Bemerguy, ressaltou o caráter simbólico da iniciativa. “Hoje é um dia de celebração. Estar diante do rio e valorizar produtos que vêm da natureza mostra o quanto avançamos em direção a um novo modelo de desenvolvimento, que olha para as pessoas, para a conservação e para uma prosperidade mais justa e sustentável”, afirmou. Ela destacou que as ações são fruto direto das metas definidas no Plano Estadual de Bioeconomia do Pará, construído de forma participativa e voltado para responder à pergunta central: que bioeconomia queremos para o Pará?

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Camille também reforçou que as conquistas são resultado de um esforço coletivo. “Nada se faz sozinho. A política pública de bioeconomia não seria possível sem a colaboração dos empreendedores, das populações tradicionais, do setor privado e de parceiros como a Assobio, o Banco Alemão de Desenvolvimento (KfW), a Fundação Amazônia Sustentável (FAS) e o Mercado Livre. A Vitrine e a Rota mostram como a cooperação é capaz de transformar ideias em oportunidades reais”, completou.
O presidente da Assobio, Paulo Reis, reforçou que o projeto marca um novo momento para a bioeconomia amazônica. “A Assobio reúne mais de 130 negócios que valorizam a floresta em pé e os modos de vida da Amazônia. A Vitrine e a Rota são o retrato dessa união entre poder público, setor privado e empreendedores locais. Elas mostram ao Brasil e ao mundo o que a nossa bioeconomia produz e o impacto positivo que gera para a região”, destacou.
As iniciativas também contam com o apoio do Projeto Realiza Pará, que integra a estratégia estadual de valorização de cadeias produtivas sustentáveis e turismo de base comunitária. O financiamento do KfW fortalece o intercâmbio de experiências internacionais e a consolidação de modelos de negócios verdes no território paraense.
Ao todo, estão previstas 11 rotas temáticas até o final do próximo ano, conectando polos produtivos de alimentos, biocosméticos, artesanato e turismo de natureza. A expectativa é de que a rede gere mais de 200 mil visitações anuais, ampliando o alcance dos negócios sustentáveis e fortalecendo a economia de base comunitária.
Mais do que projetos, a Rota e a Vitrine da Bioeconomia expressam a transição de paradigma que o Pará propõe: uma economia que cresce preservando. Elas transformam saberes tradicionais em estratégia de futuro, reafirmando que o desenvolvimento sustentável nasce da cooperação entre o Estado, as comunidades e o mercado.
Em tempos em que a Amazônia é o centro do debate climático global, as ações da Semas mostram que é possível aliar conservação, inovação e inclusão social, construindo um modelo de prosperidade que nasce da floresta e retorna para ela em forma de valorização e respeito.








































