Sustentabilidade e novas tecnologias impulsionam mercado de metais em 2024

Autor: Redação Revista Amazônia

A influência significativa de metais como o Cobre e o Alumínio na economia é inegável. A consultoria KPMG prevê que, em 2030, haverá uma demanda de 28,4 milhões de toneladas de Cobre, resultando em um déficit de 5 milhões de toneladas. Paralelamente, a Mordor Intelligence projeta que o Alumínio está preparado para crescer a uma taxa composta de crescimento anual (CAGR) de 3,5% até 2028.

Diante desse cenário, espera-se um aumento na demanda por produtos semielaborados de Cobre em setores que requerem o metal, como a Construção Civil. Nesse segmento, o Cobre e suas ligas são utilizados em fios e cabos devido à sua excelente condutibilidade elétrica, além de serem empregados em locais onde ocorre troca de calor, como em aquecedores de água.

A versatilidade do Cobre pode ser ampliada com o uso de ligas, como o Latão (uma mistura de Cobre e Zinco), que podem ser moldadas em barras, perfis especiais, fios, laminados e tubos. Esses formatos podem ser transformados em válvulas, torneiras e outros metais sanitários, cadeados, chaves, tomadas, interruptores e até parafusos de fixação.

Outros setores da economia também se beneficiarão das vantagens do Cobre nos próximos anos, como os setores Aeroespacial, Automotivo, da Indústria e Geração, Transmissão e Distribuição (GTD), bem como o segmento de Refrigeração.

No mercado Aeroespacial, as ligas de Cobre são amplamente utilizadas na produção de componentes aeroespaciais, como os trens de pouso de aviões comerciais e militares. Na indústria e Geração, Transmissão e Distribuição (GTD), o metal tornou-se crucial devido à sua excelente propriedade térmica e elétrica. No segmento de Refrigeração, o Cobre é aplicado em tubos e conexões, melhorando a eficiência de aparelhos como ar-condicionado, geladeiras e refrigeradores comerciais.

Uma projeção relevante para o Cobre é a expansão gradual de tecnologias alinhadas à descarbonização, que impulsiona o seu consumo. No setor Automotivo, por exemplo, o metal pode ser utilizado em carros elétricos, já que, segundo a National Geographic, um automóvel totalmente elétrico utiliza três vezes mais Cobre do que os modelos à gasolina.

E quanto ao Alumínio?

As projeções para o Alumínio são igualmente promissoras, muito ligadas à alta demanda do setor elétrico para transmissão e distribuição de energia. Isso é resultado da necessidade de novas linhas com concessões já arrematadas desde 2021, bem como da substituição e adição de linhas para transmitir energia gerada a partir de projetos eólicos e solares.

O Alumínio possui benefícios sustentáveis que podem se estender para projetos de linhas de transmissão. Por ser mais leve, quando utilizado nas estruturas, exige menos dos veículos de transporte, resultando em menor consumo de combustível. Além disso, o Alumínio tem um alto potencial de reaproveitamento.

No entanto, é importante destacar que todas essas movimentações envolvendo o Cobre e o Alumínio dependerão diretamente das condições macroeconômicas globais, especialmente no Brasil, no que se refere ao controle da inflação e às altas taxas de juros, especialmente nos Estados Unidos e na China, sendo este último o principal consumidor do metal vermelho.

Um ponto de atenção que impacta diretamente o mercado de metais está relacionado às paralisações e altos custos nas mineradoras da América Latina, um fator que deve ser acompanhado de perto pelo mercado.

Práticas sustentáveis

Dada a contextualização da descarbonização da economia e a ampliação das práticas de ESG em diferentes indústrias, o crescimento dos setores de veículos elétricos (VEs) e energias renováveis já é uma realidade no Brasil. Essa novidade pode impactar diretamente o mercado de metais.

No entanto, ainda há um longo caminho a ser percorrido para atingir as metas estabelecidas, uma vez que o setor está iniciando uma nova fase de investimentos e expansões, considerando que a demanda por Cobre e Alumínio tende a ser elevada nos próximos anos.

Novas tecnologias na indústria de metais

O interesse das indústrias de metais por tecnologias vem crescendo exponencialmente. Alguns levantamentos comprovam essa percepção, como o “Monitor da Indústria 4.0”, mesmo com o Brasil ainda atrás de países mais desenvolvidos.

Embora as indústrias historicamente não sejam as que mais aplicam tecnologia em seus processos, o conceito de Indústria 4.0 despertou o setor para a necessidade de utilizar a tecnologia como forma de tornar o mercado industrial ainda mais competitivo.

Nas indústrias de transformação, o principal papel da tecnologia é encurtar o tempo de processo, desde o fornecedor até o cliente. A tecnologia atua de maneira direta, através da Robótica, por exemplo, para ajudar a aumentar a capacidade de um centro de serviço e aprimorar a qualidade dos produtos.

Além disso, a tecnologia auxilia no fornecimento de informações importantes sobre o ambiente produtivo ou sobre o mercado, coletadas por meio de ferramentas de Big Data e Internet das Coisas.

Dessa forma, à medida que o mercado evolui em relação às boas práticas de ESG e inovações agregadas, o setor de Cobre e Alumínio tende a crescer junto, proporcionando não apenas vantagens competitivas a diferentes setores, mas também garantindo a qualidade nas entregas. Isso consolida a importância estratégica e sustentável desses metais em uma economia em constante transformação.

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Walter Sanches, Diretor de TI e Planejamento da Termomecanica, empresa líder na transformação de Cobre e suas ligas.


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