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Cientistas Estudam Trazer ao Consumidor o ‘Café Inteligente Para o Clima’

Coffea arabica e Coffea canephora

Você deseja aquela xícara de café pela manhã? Globalmente, os consumidores bebem mais de 2,2 bilhões de xícaras diariamente. Alguém cultiva todo esse café: mais de 100 milhões de agricultores em todo o mundo produzem café.

Os grãos de café consumidos em todo o mundo vêm de duas espécies: Coffea arabica e Coffea canephora, também conhecida como café Robusta (ou Conilon). Historicamente, os apreciadores de café preferem os grãos de Arabica devido ao seu sabor e aroma específicos, disse Felipe Ferrao, cientista assistente de pesquisa em ciências hortícolas da Universidade da Flórida.

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Melhor alternativa para cultivares de café

Mas, até 2050, prevê-se que cerca de 80% da produção de Arabica diminua por causa das mudanças climáticas. Portanto, Ferrao e colegas da França (RD2 Vision) e do Brasil (Instituição Incaper) estão investigando se podem encontrar cultivares de café alternativas.

Os cientistas veem duas alternativas para complementar o Arabica: uma, adaptar as práticas de cultivo de café a novos ambientes e duas, focar em espécies mais resilientes. Uma nova pesquisa liderada pelo UF/IFAS mostra que o café Robusta pode ser um bom candidato para complementar o Arabica.

“Se considerarmos que hoje em dia, cerca de 60% dos grãos de café comercializados em todo o mundo são de Coffea arabica, a indústria do café está em busca de alternativas”, disse Ferrao, autor principal do novo estudo. “É assim que o café Robusta surge como um bom candidato.”

Nas últimas décadas, a produção de café Robusta aumentou cerca de 30%, representando uma melhoria significativa na cadeia do café, disse ele.

“No geral, a espécie produz mais café do que a Arabica, usando menos insumos, como fertilizantes e água. Como o nome sugere, a planta é mais robusta”, disse Ferrao. “Embora a demanda por café Robusta provavelmente não diminua, nosso maior desafio é atender à demanda por qualidade e produtividade exigida pela cadeia do café. Nesse sentido, estudos genéticos e de melhoramento podem fornecer elementos básicos para uma melhor compreensão da diversidade e dos fatores que afetam a qualidade.”

Para o estudo, Ferrao e seus colegas avaliaram o Robusta/Conilon e o Arabica por múltiplas características, em três localidades em altitudes elevadas no Brasil, durante cinco anos. Eles queriam descobrir se os cultivares de Robusta poderiam ter uma boa produção quando cultivados em climas alternativos e se tinham bom sabor.

O estudo mostrou que o Robusta é altamente adaptável e cresce em regiões de alta altitude, o que significa que combina boa produção e notas de sabor.

“O Robusta é flexível porque possui uma grande diversidade e, portanto, diferentes plantas podem ser selecionadas, dependendo das condições climáticas”, disse Ferrao. “Com isso dito, podemos lançar luz sobre a questão fundamental do café do futuro – o café inteligente para o clima.”

Os pesquisadores sugerem que o Robusta pode combinar os seguintes três elementos para os cultivares de café:

  • Sustentabilidade – produzir mais com menos insumos.
  • Qualidade – bom sabor para atender à demanda do consumidor.
  • Plasticidade – capacidade de se adaptar a novos sistemas de produção.

Agora que obtiveram bons resultados com o Robusta no Brasil, os cientistas estão tentando ver se ele pode crescer na Flórida.

“Aqui na Flórida, temos alguns testes para avaliar os cafés Robusta e Arabica em diferentes localidades. Em comparação com o Brasil, as diferenças nas propriedades do solo, distribuição de chuvas, temperatura e eventos climáticos certamente impactarão a produção e a qualidade do café”, disse Ferrao.

Para testar o café como uma cultura alternativa para os produtores da Flórida, ele e sua equipe do UF/IFAS estão tentando cultivar café no Centro de Pesquisa e Educação Tropical (TREC) em Homestead. No TREC, Ferrao está trabalhando com Jonathan Crane, professor e diretor associado do centro, e Ali Sarkhosh, professor associado, baseado em Gainesville. Ambos são colegas no departamento de ciências hortícolas.

Ferrao também está tentando cultivar café em Pierson (no Condado de Volusia) e com produção interna usando estruturas de túnel alto no norte da Flórida, marcando a primeira vez que eles testaram um conjunto tão diversificado de materiais de café nas condições da Flórida.

Fonte: Newswise

Redação Revista Amazônia

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