O governador do Pará, Helder Barbalho, conduziu ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, uma visita técnica ao Parque da Cidade, que foi designado como sede dos debates da COP30, evento climático global programado para novembro de 2025 em Belém. A inspeção abrangeu desde áreas de lazer até prédios institucionais, e o objetivo maior foi articular o plano integrado de segurança para o período da conferência.

Na comitiva estavam Olmo Xavier, diretor de Infraestrutura da COP30; Fernando Ribeiro, presidente do Tribunal de Contas do Estado do Pará; Ualame Machado, secretário de Estado de Segurança Pública e Defesa Social; e Alexandre Andrade, superintendente da Polícia Federal no Pará. Juntos, estado e União mapearam rotas, estruturas e protocolos de contingência para assegurar que Belém receba chefes de Estado, delegados internacionais, imprensa e cidadão visitante com segurança e organização.
Durante o trajeto pela área de lazer, foram visitadas quadras esportivas, ginásio poliesportivo, parque aquático, playground infantil e skate park — espaços que, até pouco tempo, atendiam à população local. Também passaram pelo Centro de Economia Criativa e pelo Centro Gastronômico, de onde foi possível observar as estruturas modulares provisórias que já começam a ser erguidas para acomodar salas de negociação e plenárias nas zonas Azul e Verde.
Helder explicou que a visita não foi apenas simbólica: “Recebemos o ministro e sua equipe para conhecer de perto as ações de preparação da Zona Azul e da Zona Verde, onde acontecerão os momentos da COP30. Também estamos debatendo com as forças de segurança locais o plano de contingência, considerando tanto as demandas cotidianas da cidade quanto as exigências diplomáticas e o fluxo populacional que o evento vai provocar.”
Lewandowski qualificou o andamento das instalações como “absolutamente inigualável”. Para ele, a integração entre União, Estado, prefeitura e também a atuação da ONU revelam que “tudo está bem preparado, extremamente organizado, com entrosamento entre as autoridades”. Ele afirmou que a expectativa é de que esta COP seja uma das melhores já realizadas no mundo.

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Parque da Cidade: entre uso social e legado institucional
Desde sua inauguração em junho, o Parque da Cidade se tornou ponto de convivência para a população de Belém. Em menos de dois meses de abertura ao público, o parque acolheu mais de 670 mil pessoas e sediou uma colônia de férias que beneficiou 10 mil crianças, adolescentes e idosos. Implantado na área de um antigo aeroporto, o parque cobre 500 mil metros quadrados e abriga mais de 2.500 árvores plantadas.
A partir de 18 de agosto, contudo, o parque foi fechado para adaptação: sob responsabilidade do governo federal e da ONU, as estruturas temporárias que vão compor a Blue Zone — destinadas a negociações oficiais — e a Green Zone — para debates paralelos e participação pública — começaram a ser instaladas.
Assim, o Parque da Cidade transita entre duas funções: espaço de lazer e símbolo de legado institucional. Durante a COP30, ele será cenário de debates diplomáticos, enquanto seu desenho arquitetônico e urbano representará ao mundo a capacidade de Belém de abrigar um evento desta envergadura.
Segurança, articulação e credibilidade
Além dos aspectos físicos, a visita técnica se concentrou no esqueleto invisível do evento: o plano de segurança. Elaborar um modelo que integre forças federais, estaduais, municipais e organismos da ONU exige coordenação rígida, protocolos preventivos e contingência para imprevistos.
A presença local de autoridades como o secretário de Segurança e o superintendente da Polícia Federal permitiu que os pontos sensíveis fossem debatidos em campo — como fluxos de pessoas, rotas de acesso diplomático, delimitação das zonas de exclusão, logística de deslocamento e resposta imediata a crises.
Lewandowski enfatizou que não identificou “nenhum ponto falho” no planejamento e que “o Brasil pode se orgulhar da COP que vai oferecer”, destacando o valor simbólico e político de um evento bem organizado para credibilidade internacional do país.
Entre o cotidiano e o monumental
O desafio de preparar uma cidade para receber uma conferência climática dessa magnitude é equilibrar o extraordinário com a rotina. Belém deverá conciliar atividades diplomáticas — restritas e protocolares — com movimento urbano, transporte, serviços públicos, segurança e fluxo turístico.
Em média, eventos desse porte geram um salto populacional temporário intenso. O plano de contingência precisa antecipar congestionamentos, demandas de saúde, integridade da infraestrutura e protocolos de segurança excepcionais. A visita de Lewandowski reforça essa preocupação como central para a visibilidade e o êxito da COP30.
Um palco simbólico para a Amazônia
Mais do que um espaço de debate, o Parque da Cidade será vitrine para a Amazônia no cenário internacional. Ao sediar negociações climáticas no coração de Belém, o território ganha protagonismo simbólico: política ambiental convergindo com cultura urbana, floresta e diplomacia.
A preparação final, articulada entre governo estadual e federal, reforça que esta COP será não apenas um evento técnico, mas uma demonstração de capacidade institucional brasileira, sob o olhar global. Se tudo seguir conforme o planejado, Belém entregará não só pavilhões, mas credibilidade — uma mensagem simbólica de que a Amazônia pode liderar um novo pacto climático global.






































