Em tempos de temperaturas cada vez mais altas, ter um jardim bonito e florido pode parecer missão impossível. Mas a natureza brasileira, em especial a Amazônia, é fonte de espécies resilientes que não apenas toleram o calor escaldante — elas florescem com intensidade justamente sob essas condições. Conhecer plantas nativas da floresta amazônica que se adaptam bem ao clima seco e quente é uma forma inteligente de unir beleza, sustentabilidade e resistência.

Amazônia: berço de plantas que amam o calor
A Amazônia é a maior floresta tropical do planeta, mas engana-se quem pensa que só existe umidade por lá. Em muitas regiões, há períodos de seca intensos e temperaturas que ultrapassam facilmente os 35 °C. As espécies nativas da região evoluíram para resistir a esse clima desafiador, o que as torna perfeitas para jardins urbanos em locais quentes, como Norte, Centro-Oeste e até partes do Sudeste brasileiro.
Selecionamos duas dessas espécies que se destacam por sua floração vigorosa, mesmo sob sol forte, e que podem transformar qualquer espaço em um oásis de cor e vida.
1. Hibisco da Amazônia (Hibiscus sp. nativo)
Embora o hibisco ornamental seja conhecido no Brasil inteiro, poucas pessoas sabem que há espécies nativas da Amazônia, com flores exuberantes, resistentes e que se adaptam com facilidade a jardins domésticos. O hibisco da Amazônia é um arbusto que pode atingir até 3 metros de altura e exibe flores grandes, geralmente vermelhas ou rosadas, que atraem beija-flores e borboletas.
Por que ele resiste ao calor?
Essa planta evoluiu em ambientes de mata aberta e regiões de várzea, onde a exposição solar é constante. Suas folhas largas ajudam na transpiração e as raízes profundas garantem acesso à umidade mesmo em períodos secos.
Como cultivar:
Gosta de sol pleno (pelo menos 6 horas por dia).
Tolera bem temperaturas acima de 30 °C.
Necessita de regas regulares, mas resiste bem a intervalos curtos sem água.
Responde bem a adubações com fósforo para estimular a floração.
Além disso, o hibisco amazônico tem crescimento rápido e pode ser usado tanto como cerca viva quanto em vasos grandes. A poda leve após a floração estimula novos brotos e mais flores.
2. Quiaruba (Alchornea castaneifolia)
Pouco conhecida fora da Amazônia, a quiaruba — também chamada de iporuru — é uma planta arbustiva nativa da região, muito valorizada pelas comunidades tradicionais tanto por suas flores discretas quanto por suas folhas, que têm propriedades medicinais. Mas o que poucos percebem é que ela também é altamente ornamental, especialmente quando bem cuidada.
Sua floração ocorre com mais intensidade durante os meses mais quentes e secos, e o contraste entre as folhas verdes intensas e as flores claras traz um charme tropical ao jardim.
Por que ela é ideal para climas quentes?
A quiaruba é comum em áreas de capoeira e bordas de floresta, onde há sol direto e pouca proteção contra a desidratação. Ela desenvolveu estruturas que armazenam água e folhas com cutícula espessa, que reduzem a perda de umidade.
Como cultivar:
Deve ser plantada em solo bem drenado e rico em matéria orgânica.
Cresce melhor sob sol pleno, mas também tolera meia-sombra.
Pode ser usada em canteiros mistos, cercas ou como destaque isolado.
Não exige muitos cuidados com pragas, sendo bastante rústica.
A grande vantagem da quiaruba é sua multifuncionalidade: além de embelezar o espaço, pode ser utilizada para fazer infusões e preparados medicinais, muito valorizados na medicina popular amazônica.
Por que investir em plantas nativas?
Além da resistência ao calor e da adaptação natural ao solo e clima do Brasil, as plantas nativas da Amazônia possuem um papel fundamental na conservação da biodiversidade. Elas atraem polinizadores locais, demandam menos manutenção e são aliadas poderosas para quem busca um paisagismo mais consciente.
Outro ponto importante: ao escolher espécies que já conhecem o ambiente, você reduz o uso de água, fertilizantes e defensivos químicos. É um ciclo virtuoso que beneficia o seu jardim, o seu bolso e o planeta.
Como introduzir essas espécies no seu jardim
Mesmo sendo originárias da Amazônia, essas plantas se adaptam muito bem a outras regiões do país. O segredo está em:
Oferecer sol direto em parte do dia;
Usar substrato com boa drenagem;
Evitar encharcamento;
Fazer adubação leve a cada 40 dias com composto orgânico.
Se você mora em regiões mais frias, como o Sul do Brasil, o ideal é cultivar essas plantas em vasos que possam ser protegidos em dias de geada. Já no restante do país, elas crescem com vigor em jardins abertos, varandas e até mesmo canteiros urbanos.
Natureza tropical em sua melhor forma
O Brasil é um verdadeiro paraíso botânico, e a Amazônia nos presenteia com espécies de plantas que, além de lindas, são resistentes e sustentáveis. Incorporar plantas nativas como o hibisco amazônico e a quiaruba ao seu jardim não é apenas um ato estético — é um gesto de reconexão com as raízes do nosso território e de valorização da flora local.
Se você busca beleza duradoura mesmo sob sol forte, essas duas espécies de plantas podem ser a escolha perfeita para transformar o seu espaço com um toque de floresta tropical.
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